Paulo maia
Por esta altura, a pequena comunidade que era a
minha família era composta por vários elementos. Dela
faziam parte o tio Américo, mulher e três filhos, a minha
avó, o marido e duas filhas. Para além destes, sem dúvida
atraído pelas promessas de uma vida melhor, um outro
irmão tinha-se-lhes juntado.
Esta aventura durou perto de oito anos. Apesar de
felizes e encantados com o país irmão, o principal objectivo
não estava a ser cumprido. As poupanças não tinham
crescido e nada indicava que tal fosse mudar. Assim, deu-se a
separação.
Para os meus avós era possível inverter este rumo.
Acreditavam precisar apenas de diferentes oportunidades, e
procuraram novas paragens. Desta vez o destino foi a
França. Com um trabalho num laboratório, onde eram
responsáveis pelas cobaias, as coisas correram pelo melhor.
Ao fim de mais oito anos, regressaram, com a sensação de
dever cumprido.
O
meu
tio
Américo
tinha
já
regressado.
Felizmente, o que conseguiu construir não foi uma história
de menor sucesso. Embora modesto, teve o retorno merecido,
com um negócio local a render os seus frutos.
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