O HOMEM QUE UM DIA PAROU
Que poderia eu perguntar a alguém que, se assim entendesse,
me responderia com imobilidade e piscadelas de olho?
Levantei-me, paguei e saí do café decidido a deixar as
dúvidas para trás. Encaminhei-me para a Praça Simão dos
Santos e, lá ao fundo, uma figura erguia-se isolada por entre
algumas árvores, vários bancos e folhas que bailavam no ar.
Com um saco em cada mão, ali estava com os pés bem
assentes no chão Jorge Bonifácio, o homem que um dia
decidira mudar tudo, ficando parado.
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