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Figura 25 - Análise de um desenho técnico desenvolvido
em escolas de moda em relação ao corpo humano, e o
desenho da pesquisadora sobre o corpo humano
C apítu l o 2
O olhar do modelista
2.1
Corpo vestido
preensão e estabelece dúvidas em relação a sua execução. Também,
pode acarretar em uma leitura técnica diferente daquela estabelecida
quando o corpo humano alterado oferece interpretações diversas em
pelo designer de moda.
relação ao projeto do designer de moda, em análise às técnicas constru-
tivas do modelista, resulta na criação do vestuário sem um comprometi-
a origem desse desenho geométrico é o uso de manequins utilizados
mento com as medidas humanas.
para o desenho de moda ilustrativo, desenvolvidos em escolas de moda
Como já foi dito antes, uma das hipóteses levantadas para saber
Corpos que podemos chamar de geométricos (ver glossário) são utili-
a partir da década de 1960, como a escola francesa ESMOD (1995). Ao
zados como base para a construção do vestuário, possuindo as medidas
comparar o desenho construído pela geometrização do corpo humano,
mais próximas do desenho ilustrativo, mais magros e com proporções
que utiliza blocos para simular tronco e membros de um corpo humano
diferentes em relação ao corpo humano real. Mesmo que esses corpos
fisico, percebe-se como a estrutura foi modificada e se distancia de um
tenham suas linhas suavizadas, a proporção alterada interfere no dese-
corpo humano. As larguras dos ombros dos desenhos, que representam
nho de vestuário e não corresponde ao corpo humano físico.
o corpo, não coincidem com a figura humana, assim como cintura, cabe-
ça, pescoço e articulações.
Esse corpo geométrico, com medidas distantes da morfologia
humana, utilizado como suporte ao desenho técnico de moda, ofere-
Durante o processo criativo da coleção, o desenho de moda
ce alterações nas proporções do vestuário desenhado sobre ele, o que
pode ser feito de forma intuitiva, sem precisão técnica. A intenção é o
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