43
distantes dos escritórios de criação, Raquel Valente Fulchiron iniciou
menta digital para o desenho de moda. Não havia cursos ou livros que
uma investigação para encontrar soluções que facilitassem a comunica-
pudessem indicar o que podia ser feito e que oferecessem recursos para
ção entre as empresas. Essa busca resultou no interesse por programas
o desenho com proposta técnica.
gráficos digitais, porém, com o inconveniente de existirem ainda, pou-
cas pessoas que soubessem utilizar essa tecnologia para o desenho de
digitais, os desenhos eram feitos com caneta ou lápis e às vezes, a par-
moda.
tir de moldes de papel com perfurações. O objetivo das marcações era
Raquel Valente Fulchiron menciona que antes das ferramentas
Demorou algum tempo, em relação aos países do hemisfério
padronizar a localização de bolsos e detalhes do modelo para agilizar o
norte, para que empresários brasileiros descobrissem os caminhos do
desenvolvimento da coleção e sua reprodução, caso ela precisasse ser
desenho digital para o desenho de vestuário, o que aconteceu no final
distribuída entre as várias fases na confecção.
dos anos 1980 e fez parte do início de uma revolução que, sem dúvida,
mudou definitivamente a forma de representação do desenho no pro-
um trabalho artesanal e demorado. A introdução dos programas gráfi-
jeto de coleção, ainda que pouquíssimas empresas e designers de moda
cos, como o CorelDRAW II ® e das impressoras nas empresas nas quais
aceitassem esse formato na época (Raquel Valente Fulchiron, 2011).
os profissionais de moda prestavam consultoria, possibilitou que as co-
leções em fichas-técnicas (ver glossário), sofressem modificações e va-
No inicio não se tinha ideia clara de como seria utilizar um ferra-
A colorização e reprodução dos desenhos de vestuário eram
DesigndeCorpos:UmaAnálisenaComunicaçãoentreDesignersdeModaeModelistas