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Figura 12 - Desenhos e modelagem de Gil Brandão, Revista
Figurino (1974)
Figura 11 - Alceu Penna e as
Garotas do Brasil (2011)
no padrão de comportamento feminino, além de se tornarem vitrine de
como também podiam não servir de forma eficaz para a construção dos
tendências de moda. (Junior, 2011).
modelos, por faltar o detalhamento técnico necessário à comunicação
com profissionais de modelagem.
Seu longo tempo de trabalho na revista O Cruzeiro serviu como
Os modelos podiam ser reproduzidos exatamente como proje-
referência também para desenhistas de moda . O corpo modificado sob
tados pelos designers de moda por virem acompanhados das modela-
os desenhos ilustravam as páginas da revista e eram usados como guia
gens dessas ilustrações, para que o vestuário pudesse se aproximar do
para desenvolvimento das coleções. As costas e indicações de recortes,
corpo da cliente, compradora da revista e do projeto do designer de
cavas e materiais a serem utilizados estavam nos moldes que acompa-
moda, conforme definição atual do termo.
nhavam as revistas.
A partir da década de 1930, as revistas femininas foram o meio
Por quase três décadas, em variados estilos, o corpo nos desenhos de Al-
de comunicação que designers encontraram para se relacionar com suas
ceu Penna passou por diferentes formatos e acompanhou as mudanças da moda
clientes, pois elas poderiam ser donas de casa ou iniciantes em mode-
e também dos desejos estéticos em relação ao corpo feminino no Brasil.
lagem e confecção que utilizariam seus desenhos para confeccionar os
As ilustrações podiam não estar de acordo com as regras clássicas
de estrutura corporal conforme visto nas construções corporais gregas,
DesigndeCorpos:UmaAnálisenaComunicaçãoentreDesignersdeModaeModelistas
modelos escolhidos nas publicações. Foram muitos
artistas - às vezes também modelistas, como o figurinista, médico e arqui-