Desfazer as confusões pd52 | Page 100

dos brasileiros apontaram alta na mortalidade infantil no ano de 2016, especialmente alguns com grandes desafios em saneamento básico, como Amapá, Amazonas, Bahia, Pará, Piauí e Roraima, onde a taxa de mortalidade média foi de 19,6 – aumento de 14,6% em comparação a 2015. Além dos chocantes índices nacionais e o inédito aumento da mortalidade infantil, relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Brasil confirma que são as crian- ças brasileiras as mais expostas aos riscos da água não potável e contato com esgotos. No estudo intitulado Pobreza na Infância e na Adolescência, a entidade mostra múltiplos indicadores das maiores carências das crianças e adolescentes brasileiros, sendo a mais gritante a priva- ção ao saneamento básico para 13,3 milhões de crianças e jovens. Quase 22% das meninas e meninos vivem em domicílios com fossas rudimentares ou valas de esgoto a céu aberto. Ter um vaso sanitário em casa também é luxo para 3,1 % das crianças e dos adolescentes do Brasil, ainda mais na área rural onde 87,5% das crianças não têm esses direitos mínimos garantidos. Mesmo no indicador que mais avançou, o acesso à água tratada, o estudo aponta que 14,3% das crianças e jovens não têm o direito garantido, sendo que 6,8% estão na chamada privação extrema, especialmente nas regiões Norte e no Nordeste. Com relação 4 coleta do esgoto, os números oficiais (SNIS 2016) apon- tam que somente 10% da população da região Norte e 26% no Nordeste têm acesso. Em resumo, temos um Brasil que gera trilhões na economia, um dos líderes mundiais na fabricação de aviões executivos e que possui uma das maiores reservas de água doce do mundo (Região Amazônica), mas que ainda convive com indicadores do século 19 naquilo que é mais elementar. O fato é que não conseguimos levar água tratada a todos e tratar os esgotos das residências. No melhor dos cenários, precisaríamos de mais de R$ 350 bilhões e demoraríamos duas décadas; isso se conseguirmos aumentar os investimentos em saneamento do patamar de R$ 12 bilhões (2016) para cerca de R$ 20 bilhões.. O Brasil tem compromissos internacionais de resolver a situa- ção do saneamento até 2030, mas principalmente o dever de buscar ser um país desenvolvido. É fundamental unir esforços em prol do saneamento de forma a garantir que esta infraestrutura Condenando ao atraso nossas futuras gerações 99