Demora fatal | Page 2

N o hospital duma cidadezinha do interior, o médico de plantão recebeu, à meia-noite, uma chamada do porteiro: “Por favor, senhor, venha depressa; chegou um que parece muito doente; foi mordido por uma cobra!” O médico corre para a geladeira onde se guardam as drogas especiais, tira dois pacotinhos contendo ampolas de sérum contra veneno de cobra, e dirige-se para a entrada do hospital, onde jaz o homem. Parentes e amigos estão chorando ao redor do doente. O médico entra no meio, ajoelha-se perto do homem para examiná-lo; logo acerta que este não tem pulso, nem respiração, e o coração não bate mais. Com tristeza o médico fala! “O homem morreu; não posso fazer nada por ele”. Os parentes tornam a chorar. O médico toma um deles à parte e pergunta-lhe: “Quando foi mordido esse homem?” Recebeu a resposta: “Foi ao meio- dia”. O médico olha o relógio. “Mas agora é meia- noite; porque demoraram tanto em trazê-lo aqui?” O parente, um pouco confuso, responde: “Ora nós experimentamos primeiro os nossos remédios de casa; depois chamamos um benzedeiro, e aguardamos o resultado; quando vimos que não houve melhoras, então o trouxemos aqui!” “Que pena!” responde o médico. “Neste pacotinho temos o único remédio contra o veneno de cobra. Se vocês tivessem chegado mais cedo, eu poderia ter curado aquele infeliz. Agora é tarde demais. Vocês perderam tempo com tratamento inútil, e