De Pompei a Pompeia De Pompei a Pompeia - Miolo - A5 136pag | Page 52

sempre, acompanhou-nos até o Rio. Havíamos lido e ouvido contar sobre a visão fascinante que apresentava a capital federal do Brasil. Já a havíamos saboreado com antecedência, mas tudo em vão. Quando o navio entrou no porto, a chuva se trans- formara em violenta tempestade. A água, instigada por violentíssimas rajadas de vento, castigava e martiri- zava o navio. Com tudo isso, fomos obrigados a permane- cer nas salas internas. E, assim, as coisas continuaram até as duas horas da madrugada, momento em que o navio levantou âncoras, retomando a rota para Santos. Ah! Que alegria deve ter provado Júpiter Plúvio ao ter-nos proporcionado tal tempo! Cumprimentamos os passageiros que iam diretamente para Buenos Aires e, com tristeza, abandonamos o navio. Quando este, partindo, desapare- cia, ouvimos uma nota triste no coração. Era um amigo que se distanciava? Não, era o último pedaço da pátria que desaparecia. Livres dos trâmites alfandegários, olhamos para nós mesmos e a mesma pergunta foi feita a nós mesmos “– Onde estamos? Na América, no Brasil.” Parecia uma ilusão, mas era uma realidade. Acompanhados pelo amável Frei Ângelo, capuchinho, que nos havia esperado no desem- barque, chegamos à estação ferroviária. O trem estava preparado. Tomamos lugar e, após duas horas de viagem, encontrávamo-nos na grande cidade industrial, coração do Brasil: São Paulo. A viagem ainda não estava terminada. A nossa missão, que se encontrava no estado de Minas Gerais, distava bem uns três dias de viagem. Olhando, porém, para este artigo, que não ficará desconhecido, disse para comigo mesmo: “– Os leitores já estarão saturados! Chega! Vamos acabar e concluir”. A parada, a propósito, é muito oportuna. Também nós paramos aqui no estado de São Paulo, por quatro meses, para aprender a língua portuguesa. Antes de terminar o modesto artigo que leva a todos os amigos uma saudação ainda mais modesta, sem preten- sões literárias, não podemos deixar de tributar os agradecimentos sinceros, cordiais, aos nossos coirmãos 52