Date a Home Magazine | Mar / Abr 2014 | Page 65

trouxe-me muito do que sou: informal, luminosa, quente e, espero, apaixonante.

“Era uma vez uma Quinta” Fale-nos agora um pouco sobre a Ana empresária, sobre a Quinta do Monte e a sua história.

A Quinta do Monte foi o "cantinho" que o João Batista, avô do meu marido, fez nascer para viver a segunda metade da sua vida. Quando se reformou e desativou os armazéns de exploração agropecu-ária, eu e o Ricardo começámos a readaptá-la em Quinta para celebração de eventos. Tem sido um longo e delicioso caminho de construção, criativi-dade e trabalho árduo. Tem sido um desafio encan-tador e extremamente compensador, não só devido ao sucesso, à boa energia que lhe está colada e, espero, ao facto de ser um preciso legado para os meus descendentes. www.quintadomonte.net

George Moore escreveu "Um homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo." Como é a sua rela-ção com a sua casa e qual a importância da mesma na sua vida e na vida da sua família?

Sou daquelas pessoas que só sabe ser feliz em movimento. A minha estabilidade e criatividade baseiam-se muito no "partir". Preciso de "mundo" constantemente. Mas o mundo só nos revela todo o seu encanto quando temos raízes para onde voltar. A casa tem que ser lar, família, pertença. A casa é normalmente o reflexo do que somos e de como decidimos viver. O facto de tudo ter sido concebido e construído por nós ajuda muito a esta coerência. Cada espaço, decoração e dimensão estão de acordo com a forma grande, luminosa e despretensiosa como nos conduzimos pela vida. Ter a felicidade de morar numa "casa" de oito hectares não é fruto da sorte, é o resultado de uma vida de dedicação, opções e muito trabalho. Mas ver os meus filhos a crescer num paraíso que lhes fomenta o crescimento de umas asas colossais é uma das nossas maiores alegrias enquanto pais.

"O teu endereço é um poema", palavras de um amigo seu. Concorda?

Bem, os meus dias são prosa, uma prosa poética, creio. Pelo menos é assim que vejo todos os meus escritos. E eles são um reflexo de mim e da soma dos meus dias. Sendo que o endereço de cada um é uma enorme parte do seu mundo, a equação completa-se: o meu endereço é uma prosa poética todos os dias redecorada.

Se tivesse que escrever uma crónica referente à sua casa, com base na letra de uma música, qual escolheria?

(Gargalhadas) Com filhos pequenos e donos de energias irreprimíveis, só me ocorre uma: "Let it be" dos Beatles. É que muitas vezes é o que tenho que fazer para não andar sempre estressada em arru-mações!

O que pensa acerca do conceito “Arrendar Com Paixão”?

Adequar as pessoas ao espaço que habitam e vice versa é imprescindível a um bom serviço imobiliário. Além do mais, para quem como eu, faz da paixão a pedra de toque de todas as ações, o conceito de "Arrendar Com Paixão" é o único que me parece fazer realmente sentido.

“Será que escrevo para incendiar a paixão que quero sentir pela vida, ou é pelo facto de a sentir (quase) sempre de forma tão intensa que escre-vo?” Sente hoje que vive a sua vida com paixão?

A paixão, o encantamento e o prazer são riquezas pelas quais não podemos esperar sentados. Contra aquilo que normalmente se pensa, esta maneira intensa de viver todos os dias, é algo que implica luta, insistência e uma atenção constante. É claro que ter nascido e crescido num ambiente artístico me "formatou" um pouco para esta consciência constante da busca pela emoção, mas creio que, acima de tudo, a paixão é algo que nasce connosco e nos obriga a almejá-la toda durante cada pedacinho da nossa existência.

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