Date a Home Magazine | Mar / Abr 2014 | Página 63

Entrevista | Arrendar Algarve Com Paixão | REGIÕES

xam margem para dúvidas: influencio de facto, de uma maneira positiva, muitos dos que me lêem. O sentimento que isto provoca? Bem, acho que é o sorriso guloso de um constante "quero mais"!!!

Já com 5 livros escritos, qual foi o que lhe deu mais prazer criativo?

A tendência talvez seja responder sempre: "o último". Mas não o posso dizer. Porque cada um deles teve toda a energia, prazer e entrega, tanto ao cuidado estético do estilo como ao seu con-teúdo. Hoje talvez não sentisse todo o prazer ao escrever o "Zoia" ou "O Sol da Vida", simplesmente porque não estou na fase de escrever sobre a reconstrução pessoal ou avassaladoras paixões. No fundo o que quero dizer é que escrevo sobre o que sinto, o que me encanta e o que me apaixona em cada fase. Por isso o prazer é sempre o mesmo: total!

Este seu último livro “Olho Ubíquo” a sua primeira biografia, que conta a história de Eric Lobo, tem sido um verdadeiro sucesso. Qual é para si a justificação para tamanho êxito?

As razões são várias. Quando escrevemos um ro-mance com personagens inventadas, há que ter uma imaginação muito grande e um talento enor-me para se conseguir criar algo realmente inovador e capaz de "viciar" os leitores. Mas quando se escreve sobre alguém como o Eric, a fórmula é bas-tante simples. A sua personalidade surpreendente e a vida repleta de experiências inimagináveis eram já materiais suficientes para uma receita de êxito. Mas quando juntei, à narrativa da sua vida, a forma como nos fomos conhecendo e tudo o que trouxemos à vida um do outro, isso tornou um livro que seria interessante, numa obra capaz de marcar realmente a vida de quem a lê. Por outro lado, tenho que confessar: é muito mais eficaz e divertido promover um livro (com todas as operações de marketing que isso implica) quando a personagem salta das suas páginas e nos acompanha para todo o lado.

Que novos projetos se avizinham? Quer partilhar connosco?

Cheguei a uma fase de criação literária de inspi-ração mais real que, creio, será prolongada. Nada me poderia fazer mais feliz do que conciliar as duas atividades que mais me apaixonam: viajar e escre-ver. E é nisso que estou a trabalhar; em criar as con-dições para que os próximos projetos literários possam florescer neste contexto. Num futuro próxi-mo penso começar também a fazer nascer as cróni-cas em livro. Por outro lado há um projeto, que estou a desenvolver em parceria com o Eric, que se prende com a criação de um formato televisivo extremamente inovador e inspirador, mas por ago-ra não posso adiantar muito mais.

É inevitável perguntar-lhe qual o seu sentimento pelo Algarve e o que pensa da sua vivência aqui? Acha que este lugar influencia de algum modo a sua escrita e a sua filosofia de vida? Ou será o con-trário?

Vamos por partes. O meu sentimento pelo Algarve é de encantamento, paz e pertença. A minha vi-vência aqui é um sonho. Costumo dizer que vivo num cantinho do paraíso e, é claro, a proximidade do mar é fundamental. Jamais seria capaz de considerar viver em permanência longe do mar. Por outro lado é inegável que o Algarve tem influ-enciado a minha filosofia de vida desde sempre. E a filosofia de vida de qualquer criador repercute-se sempre na sua obra, é inevitável. O Algarve trouxe-me a muito do que sou: informal, luminosa, quente e, espero, apaixonante.

63