Date a Home Magazine | Mar / Abr 2014 | Page 144

ANTÓNIO

CAPELO

ENTREVISTA de hUGO MARTINS

Foto cedida pOR ANTÓNIO CAPELO

O que mais o entusiasma no Porto?

A relação que a população tem com a cidade e como a cidade vive e reclama os seus direitos. O Porto sempre foi uma cidade ciente dos seus deveres e responsável pelo seu próprio caminho. Nesse sen-tido a liberdade é um direito conquistado, parti-lhado e vivido nesta cidade como em mais nenhu-ma do país.

É o Porto a cidade do momento em Portugal?

Ao facto de o casco patrimonial da cidade ser patri-mónio da humanidade deveria acrescer o direito do povo do Porto ser também ele património de todos nós. Porque o ser humano também deve ser patri-mónio a preservar e respeitar.

Em termos culturais, qual foi o grande momento de viragem no Porto?

Penso que o Porto 2001 foi um momento extraordi-nário de vivência, consciencialização e solidarie-dade do fenómeno cultural da cidade. Pena que os anos que se lhe seguiram tivessem à frente dos destinos da cidade um pensamento tão tacanho que lançou por terra tudo o que se havia conquista-do… mas todos juntos haveremos de colocar o Porto na rota dos destinos culturais a exemplo do que já se consegue com o turismo.

Como vai o Teatro no Porto? E no resto do Pais?

O teatro no Porto tem sido vítima de anos e anos de desleixo e abandono por parte dos poderes públicos. O deficiente apoio à criação atribuído pelo poder central, aliado ao completo desprezo da- dado pelo poder local, atiraram os profissionais da cidade para limbos

REGIÕES | Arrendar Porto Com Paixão | Entrevista

A bpm's foi procurar alguém com um enorme peso na cultura da cidade do Porto, alguém que desde sempre lutou e luta para que o teatro tenha uma importância cada vez maior na cidade. É ator, é diretor do Teatro do Bolhão/Academia Contemporânea de Espetáculo, e tem em mãos um projeto apaixonante, que vai devolver a todos nós um monumento que será uma grande casa de teatro, das artes e que terá um peso enorme na cultura, lazer e turismo. Conversámos com António Capelo.

144