Date a Home Magazine | Mai / Jun 2014 | Page 67

lhes perdeu a conta. A mais inesquecível foi a que o viu nascer, a da mãe, na Penha de França. “Tenho a casa bem gravada na minha cabeça e no meu coração. Foi especial, até por terem sido lá os meus primeiros toques ao piano.”

Começa uma viagem pelo passado… “Na casa do meu pai, num prédio que ganhou o prémio Valmor eram festas todos os dias, night and day. Foi no tempo do Ary dos Santos, um mestre para mim. Tenho boas recordações dessa altura. Também vivi na Damaia, na Picheleira, no Guincho, na Parede, onde fomos cor-ridos com um abaixo-assinado por causa do barulho… E na casa do Príncipe Real, onde as pessoas entravam e saiam pela janela. Como ficava no rés do chão e as manifestações eram constantes estávamos bem posicionados. Tenho gostado de todas as casas onde tenho vivido, pois faço delas ‘a minha casa’. É importante estarmos bem, confortáveis e sentirmos a sua pulsação, pois é o nosso ninho, o nosso castelo.”

Nesta está desde 2003, e diz que foi amor à primeira vista. “Imaginei logo as salas divididas, de um lado os pianos, e do outro, espaço para receber os amigos.” É caso para dizer que a Música Mora Aqui... “Completamente. E os vizinhos que o digam! Na primeira noite que dei uns toques ao piano, eram umas 22h30, ouço uma vassourada vinda do andar de baixo. No dia seguinte pedi desculpa, expliquei que era a minha vida, o meu trabalho e nunca mais tive problemas.” E se cada vez que entra em casa, tocasse uma banda sonora? “Seria uma sinfonia de Mozart, sem dúvida!”

A Música Mora Aqui | Música | REPORTAGEM

67

VÍDEO REPORTAGEM