Date a Home Magazine | Mai / Jun 2014 | Page 56

mentaram pela primeira vez.

“Ir ao Santini” é uma expressão famosa. Acaba por ser mais do que uma expressão. É também um ritual?

Acabou por tornar-se um ritual para muitas famílias. Ir ao Santini todos os dias para a sobremesa, ir ao Santini à noite no verão, ir ao Santini com os amigos ou para ir buscar gelado para levar para casa. É um ritual que deixou de ser apenas das pessoas de Cascais e começa a ser também dos lisboetas, agora com a nova loja no Chiado.

Menciona muito Cascais. Existe alguma ligação especial com a zona da Linha para a família Santini?

Nós somos o que somos e também o devemos a esta zona. Foi aqui que o meu avô veio viver em 1949, Cascais recebeu-o de braços abertos. Foi aqui que fizemos toda a nossa vida e que cres-cemos e temos, claro, um carinho muito grande por Cascais. Podemos crescer e abrir ainda mais lojas mas Cascais terá sempre um lugar especial no nosso coração e somos cascaenses com muito orgulho.

E acabam por ter clientes que só frequentam a loja Santini de Cascais, não é?

É o tal sentimento de posse que explicava à pouco. As pessoas de Cascais sentem que a Santini é dali e que cometemos um pequeno sacrilégio ao abrir a loja do Chiado, em Lisboa, por exemplo, mas faz parte da evolução de qualquer empresa. Mas é um sentimento que existe em todos os locais onde abrimos casas Santini.

Qual o pedido mais especial que já vos fizeram?

Assim que me recorde tivemos um cliente es-panhol, produtor de pimentão doce, que nos disse que adorava experimentar o seu produto em gelado e lançou-nos o desafio mas não vingou. Nós também não queríamos que vingasse mas ace-demos ao pedido e fizemos-lhe gelado de pimen-tão doce e ficou extremamente feliz.

A Santini acompanha momentos de vida?

Nós temos pedidos de casamento na loja, temos pessoas que estão em fase terminal de algumas doenças em que um dos últimos desejos é um dos nossos gelados, temos clientes que vêm batizar os filhos com um gelado quando nascem, temos pes-soas que se casam e querem que a Santini vá ao casamento e ainda casais que se conheceram na loja. A Santini faz parte do quotidiano das pessoas e é muito natural que participe também destes momentos únicos. Nós sentimo-nos privilegiados por fazer parte da história de vida de tantas pes-

"Sou uma mulher resolvida, termino bem as minhas histórias, não deixo nada por dizer ou fazer por isso

sinto-me em paz, sinto-me bem com a mulher que sou e com a vida que construi."

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