Date a Home Magazine | Mai / Jun 2014 | Page 157

morados são bordadas, sem erros e sem acordo ortográfico, emoções personalizados.

Sandra escreve a maior parte dos tex-tos à noite, com sacrifício da vida social. Para não entrar em descom-pensação, convida amigos para jantar onde só ela pode estar na cozinha. Sinais, um livro de crónicas de Fernando Alves, jornalista da TSF, O Amante, de Marguerite Duras, Cartas a Sandra, de Vergílio Ferreira (“como eu gostava que alguém me escre-vesse assim o que lhe vai na alma"), Concerto a Céu Aberto para Solo de Ave, de Manoel de Barros, O Principe-zinho, de Antoine de Saint-Exupéry e todos os Harry Potter são algumas das obras que mais a inspiram. As viagens são outra paixão e fonte de oxigénio. “Gosto de sítios brutos, normalmente são sujos e barulhentos. Mongólia, Butão, Marrocos, Índia e destinos que envolvam desertos e paisagens vul-cânicas estão entre os mais-queridos. No regresso, e para perpetuar memó-rias, ouve música que normalmente compra na origem: Kaliyugavara-dana, de U.Srinivas e CD’s de ceri-mónias budistas fazem-se ouvir na sua casa do Areeiro, em Lisboa.

Tal como perfilha da ideia de que é possível ser feliz com muito pouco, também não se inibe de dizer que não vê mal algum na aquisição de uma boa peça de design, seja ela mobili-ário ou moda. “Durante muito tempo trabalhei para poder comprar um de-terminado objeto”, admite. A Corona Chair, de Poul Volther, 1964, editada pela Erik Jorgersen, o candeeiro Arco Floor Lamp, por Achille and Pier Giacomo Castiglioni, 1962, para a Flos, a mesa Tulip, de Eero Saarinen, 1956, editada pela Knoll, são alguns dos objetos de desejo consumado com que coabita. Eles não falam mas talvez possam, um dia, dar mote a novas histórias.

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