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mos novidades para breve”, fica a questão no ar mas Nuno não revela mais.
O que já é do conhecimento público é que o grupo Ala dos Namorados está nomeado para dois Globos de Ouro com o álbum “Razão de Ser”. Melhor Canção com o tema “Caçador de Sóis” cantado com os Shout!
e Melhor Grupo com este mesmo álbum que, ao que parece, tem ainda mais razões de ser. Já não é a pri-meira vez que o grupo sobe ao palco para ser ho-menageado nos Globos de Ouro. Em 2000 ganha-ram Melhor Grupo e Melhor Canção com “Solta-se o Beijo”.
Com 21 anos de carreira, a convivência com o suces-so e o mediatismo foi algo que Nuno teve de apren-der. “Sempre fui muito livre, espontâneo e foi tudo muito repentino. Recordo-me de ir ao programa Parabéns com o Hérman José e foi um choque por-que comecei a sentir a pressão. Estive até para desis-tir porque a determinada altura não soube lidar bem com o mediatismo. Mas hoje em dia convivo bem com isso, com todo o tipo de opinões, sou um homem de costas bem largas e bem mais amadurecido de quando comecei”.
Um homem de 41 anos, realizado e feliz mas pro-fundamente marcado pela vida. Pelas perdas que sofreu como a da prima Guida, vítima de cancro. Era a sua melhor amiga e confidente, tal como a profes-sora e bem conhecida soprano Maria Cristina de Castro. Foi talvez a fase em que mais cresceu como pessoa porque acredita que é através da dor que se aprende.
Diz-se que recordar é viver e Nuno Guerreiro tem uma mão cheia de recordações. Partilha efusiva-mente com Yvette e João muitos dos seus grandes momentos. Foi o único artista português a chegar ao quinto lugar de um top musical japonês com a músi-ca “When the Saints go Marching in” que foi tema ge-nérico de uma das telenovelas com maior audiência no Japão. “Fiz uma tournée lá a solo e também com a Ala dos Namorados e chegou ao ponto em que as pessoas já conheciam a minha voz e e me reconhe-ciam”. E ainda o concerto na Grécia, num anfiteatro de pedra, onde toda a magia da história se juntou à voz de Nuno.
Repito. Conversas à mesa são sempre boas. Tornam-
se descontraídas e Yvette e João comprovam que Nuno é um homem de conversa fácil e com tamanhos interesses e curiosidades. Voltar a estudar é um ob-jetivo. Nuno sonha em aperfeiçoar o seu trabalho como terapeuta da fala, é apaixonado por canicul-tura, bebe chá de perpétuas roxas nos seus concer-tos e antes de pisar um palco esconde-se na casa de banho para aquecer a voz.
Acima de tudo, orgulha-se da vida cheia, da sua his-tória e alma. Está preparado para cantar mais sobre si, para dar mais de si a cada projeto novo. Agradece tudo aquilo que tem vivido e nunca se esquece da-queles que o ajudaram. Para último fica a D. Regina, a sua mãe e musa que “está comigo incondicional-mente”.
Será esta uma estranha forma de vida?
Não, esta é apenas a forma de viver de Nuno Guerreiro.
“Sempre fui muito livre, espontâneo..."