Date a Home Magazine | Jul / Ago / Set 2014 | Page 90

mente degradadas. Aliás se tivermos por exemplo dois grupos de visita e formos duas vezes ao hospital, os anéis ou pulseiras de prata, que eventualmente possamos ter, ficarão pretas devido a atmosfera.

Numa palestra sobre “Património e Ciência“, a Dra. Dora defende que através do RX é possível “conhe-cer a estrutura pictórica interna de uma obra de arte, permitindo uma interpretação integral da técnica de execução”. Quer explicar-nos sumari-amente em que consiste esta técnica. O que se consegue “ver”? Interpretar?

Voltando um pouco as técnicas de conservação e restauro e aos métodos de exame e análise em parti-cular, o RX é um dos método de exame e analise usa-do pelos conservadores e restauradores. De uma forma muito simples o que se consegue ver pelo RX?

Ora, o RX quando atravessa os materiais, aqueles que conseguem reter o raio acabam por deixar essa impressão na película do RX, tal e qual como funciona connosco, a carne é atravessada e os ossos é que ficam, é que deixam a impressão.

E que fica impresso no caso das peças?

Por exemplo no quadro que é atribuído a Josefa de Óbidos que tem a representação da Nossa Senhora do Populo, depois do RX vimos que o menino que está ao colo não está, como estava na obra inicial, tem traços feitos depois, descobrimos que tinha por exempo, 3 olhos, ou que o olhar não estava na direção em que está, o que significa que terá sido corrigido. Conseguimos também ver buracos microscópios se a tela os tiver, por exemplo.

Existe alguma parceria entre o museu e a ESAD (Escola Superior de Arte e Design)? Que tipo de parceria?

Bem, não sei se existe algum protocolo oficial, mas sim, vamos tendo atividades em comum, e cedemos muitas vezes espaços nossos para exposições dos alunos por exemplo.

Quais as iniciativas é que o museu leva a cabo, para se aproximar dos Caldenses?

Temos visitas guiadas, criamos uns roteiros a que chamamos " Caldas num giro", que foram desen-volvidos com alunos do ESAD, são temáticos e mais descontraídos, podem ser feitos por cada visitante sozinho ou connosco e que propõem roteiros que se cumprem. Temos mais ofertas como uns jantares itinerantes pelo museu enquanto descontraida-mente vamos abordando a história e relacionando por exemplo a temática da comida com a cozinha da época. Temos exposições com peças que muitas vezes ainda pertencem a pessoas que cá vivem. Há uma ligação grande entre os Caldenses e o museu. Fazemos workshops e muitas coisas.

Concorda com a atualização de valores para os ingressos aos museus? Este também está abrangido?

Fizemos uma atualização há cerca de dois anos e agora não estamos a pensar fazê-lo de novo. Os preços aqui também são simbólicos.

É natural das Caldas da Rainha?

Sim sou, sempre vivi cá, exceto no tempo em que estudei fora.

Imagina-se a viver noutro local (região)?

Imaginar até imagino, mas gosto muito do Oeste, temos uma costa fantástica e sim, gosto muito de cá viver.

REGIÕES | Arrendar Oeste Com Paixão | Entrevista

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