Date a Home Magazine | Jul / Ago / Set 2014 | Page 88

tem cerca de 11 anos, e surgiu com a necessidade de contar a história do hospital e a sua relação com a fundação da cidade, porque se cruzam. Todos os outros museus são muito específicos e este é mais basicamente de história. Conta a história do hospital, da cidade e da relação entre ambos. Sendo um dos poucos museus que não está integrado no Ministério da Cultura, mas sim no da Saúde. Sob administração do Centro Hospitalar do Oeste, a sua gestão é feita de uma forma mais direta não dependendo do Instituto Português de Museus e Conservação.

Que tipo de peças podemos encontrar num museu que pertence a um hospital?

Objetos de uso quotidiano, objetos arquitetónicos que faziam parte da época, religiosos, instrumentos médicos, científicos, documentação de arquivos históricos, pinturas, esculturas e arte sacra, o espolio é muito diversificado porque é composto por peças que provinham do hospital termal, de todo o seu funcionamento e de todo o património que o hospital foi adquirindo ao longo de todos estes séculos de história.

Existe alguma interligação entre o museu e o hos-pital?

Sim claro, apesar de agora já termos no museu também instrumentos médico ou científicos e até o ambiente de hospital que era uma parte que nos faltava, e quem visita o museu do hospital termal obviamente quer ver precisamente esse lado; como as enfermarias, os objetos de inalações e tudo isso, neste momento já temos, é a nossa cereja no topo do bolo. Mas para além disso, temos a grande mais valia que é a proximidade do museu, que está instalado no antigo palácio real, com o hospital que no fundo também é um objeto de história, e faz parte das visitas ao museu, poder visitar também as antigas piscinas das inalações da rainha, bem como algumas zonas do hospital termal. E é esse contacto com o ambiente, sentir o calor das águas, o cheiro, os vapores , que acho que é a nossa mais valia.

O passado e o presente do Hospital Termal, bem com a história da cidade das Caldas, reflete-se neste museu?

Existe uma relação de amor/ódio entre o Hospital Termal e a cidade das Caldas da Rainha. Aqui neste sítio não existia nada, como reza a história ou a lenda (já bem conhecida), quando a Rainha D. Leonor mandou construir o hospital diz-se, foi com a intenção de dar assistência aos mais pobres, mas obviamente existiam as verdadeiras razões por trás e que justificam a

Dora Mendes é formada em restauro e conserva-ção, que era aliás a sua única dedicação quando chegou ao Museu do Hospital Termal e das Caldas da Rainha, há cerca de 9 anos, mas que desde 2010 não consegue conciliar com a função de diretora do mesmo, que exerce desde então, uma vez que o restauro é uma atividade bastante morosa.

A bpm's conversou com a diretora do museu que conta a história da fundação da cidade que, reza a história, D. Leonor criou.

A cidade das Caldas da Rainha, já possuía vários museus, entre outros: o Museu José Malhoa e o Museu de Cerâmica, porquê a criação do Museu do Hospital Termal e das Caldas?

O Museu do Hospital Termal e das Caldas da Rainha tem cerca de

REGIÕES | Arrendar Oeste Com Paixão | Entrevista

DORA MENDES

Diretora do Museu do Hospital Termal e das Caldas da Rainha

ENTREVISTA de: carlos costa e paula d'itaben

palavras de: dora mendes

imagens CEDIDAS PELO: museu do hospital termal

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