Date a Home Magazine | Jul / Ago / Set 2014 | Page 85

Entrevista | Arrendar Algarve Com Paixão | REGIÕES

a comida que sobrava em sacos plásticos para depois distribuir. Em Kathmandu, cheguei a ir às 7h da manhã, em pleno inverno, com um frio de rachar a um orfanato de crianças deficientes. Enfim, mo-mentos indiscritíveis que só vivenciando se pode percebe. Para os monginhos budistas levámos ma-terial e inclusive material médico que foi um “filme” para conseguir tirar do aeroporto e entregar, mas com muita teimosia e perseverança chegou ao destino e a bom porto. Também entregámos aos monginhos material escolar que nos foi doado em Portugal. Ah e entregámos muito mas mesmo muito amor a esta riquíssima aventura! Fizemos uma viagem ao Butão indescritível. Nasceu e cresceu tendo sido transportada por continentes até chegar a Portugal, mas só quem a vivenciou a pode perceber.

Atualmente coordena a Delegação do Algarve do C.A.S.A (Centro de Apoio ao Sem-Abrigo). Que tipo de atividades são desenvolvidas por esta associa-ção?

Sim é verdade, já o fazia individualmente e com ami-gas, depois tive o convite do Presidente do C.A.S.A, grande amigo de há vários anos, que sem hesitar aceitei de coração. Em traços largos garantimos alimentação cuidada diária, produtos de primeira necessidade e tentamos reintegrar pessoas na socie-dade através da aquisição de um trabalho de modo a que se sintam úteis, entre muitas outras valências.

Poderemos dizer que o C.A.S.A tem como objetivo dar a quem não tem o conforto de uma casa?

Podemos dizer que o tenta, pois não temos apoios financeiros de nenhuma entidade pública para o efeito. O que fazemos é a custas próprias e com base no voluntariado e da sociedade civil.

Quem é que pode colaborar com o C.A.S.A e como o deve fazer?

Pode colaborar com o C.A.S.A quem vem de “coração aberto” e quem esteja preparado para tudo pois o C.A.S.A apoia desde o alcoólico, ao toxicodepen-dente, à família que viveu muito bem e onde agora todos os elementos se encontram desempregados, sem dinheiro para pagar a renda da casa, até ao idoso que está sozinho. É dar e ter a perfeita noção que na-da vai receber, mas fazê-lo simplesmente de coração. Além disso, tem que estar preparado para ouvir de tudo, no entanto, eu garanto que ao fim do dia, apesar do cansaço, o coração estará muito mais rico.

Estudou secretariado de administração e exerceu durante vários anos. Como é que se passa do secre-tariado para a cozinha vegetariana ou até mesmo para o reiki?

Sim, estudei secretariado, profissão que adoro e que continuo a exercer. É a minha profissão de paixão e foi o que abracei em termos de vida. A cozinha vegetariana está ligada à mudança de Lisboa para o Algarve e também a uma saúde alternativa que se foi proporcionando. O objetivo é continuar a fazer “lim-pezas” de organismo sempre que o corpo pede pois devemos conhecê-lo bem. O reiki foi o início de todo um processo com muitos anos e que me despertou para uma qualidade de vida que muito prezo.

Sendo a prática da cozinha uma paixão arriscar-me-ia a dizer que na escolha de uma casa a cozinha será a área que lhe chamará mais a atenção, será?

Sim, chama! Adoro cozinhar, inventar, às vezes sai bem outras sai mal. Gosto muito de fazer experiênci-as e usar coisas novas, cozinho muito sem sal e com recurso às ervas aromáticas.

Na sua opinião, é necessário fomentar a existência do amor entre as pessoas e as casas?

Sem sombra de dúvida, o amor e o coração têm que estar sempre presentes em tudo. Sem amor nada se faz.

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