Date a Home Magazine | Jul / Ago / Set 2014 | Page 126

SUPLEMENTO | Compra/Venda | Mercado Em Foco

O mercado imobiliário parece estar a ga-nhar um novo ânimo e tudo aponta para que a sua recuperação esteja eminente.

O ano começou de forma positiva, já que o primeiro trimestre revelou um crescimento no otimismo por parte dos agentes deste setor. Segundo o Inquérito Mensal de Con-juntura do Gabinete de Estudos da APEMIP (Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação de Portugal), a principal razão deste entusiasmo renovado é o setor resi-dencial, com 35,9% de respostas positivas, seguido pelos escritórios e comércio. A ge-neralidade dos inquiridos prevê que a médio prazo os valores praticados nas transações imobiliárias diminuam, com exceção do segmento residencial e escritó-rios, em que a estimativa é de manutenção.

No mês de março, a opinião acerca dos principais obstáculos ao desenvolvimento desta atividade mantem-se relativamente aos meses anteriores. A instabilidade no mercado de trabalho é o principal problema apresentado. Seguem-se a restritividade bancária e a diminuição do poder de com-pra.

Ainda assim, e apesar das dificuldades que a economia ainda enfrenta, existe um clima de confiança. Uma das causas deste comportamento é um ligeiro aumento das vendas, que traz uma nova esperança ao setor. De facto, as transações no mercado residencial aumentaram 28,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Outro grande motivo de esperança no mercado imobiliário é a forte reabilitação urbana que tem ocorrido nas principais cidades portuguesas, tema em foque no guia Portugal 2014 - Investimento e Reabi-litação Urbana, realizado pela Cushman & Wakefield. A segunda edição do guia foi apresentada em março, durante a Semana da Reabilitação Urbana, e nela já constam as várias legislações novas, nomeadamente a legislação laboral e a do mercado de arrendamento. Estes fatores estão a fun-cionar como estímulo à reabilitação urbana e consequentemente dão um impulso à atividade imobiliária. Segundo Eric van Leuven, sócio da C&W, esta reabilitação deixou de ser apenas o “politicamente cor-reto” e passou a ser também lucrativa.

O regresso do investimento deve-se em grande parte aos estrangeiros. Já não era segredo que Portugal foi em tempos um destino de eleição para muitos investidores de vários países, situação que se alterou após 2008. Parece que este quadro vai finalmente melhorar, pois de há 6 meses para cá existe mais interesse dos inves-tidores no nosso país, muitos deles de-dicados à reabilitação urbana. Um dos fa-tores que ajuda a atrair outras na-cionalidades ao mercado português é o golden visa. Este programa, criado ao abrigo da Lei Portuguesa, permite que cidadãos de países não pertencentes à União Europeia ou aos Estados Económicos Europeus possam obter uma autorização de re-sidência em Portugal, beneficiando tam-bém de livre circulação no Espaço Schengen. Para isso precisam de investir no país durante um mínimo de 5 anos, sendo que uma das opções é a aquisição de imóveis num valor igual ou superior a 500 mil euros.

Segundo dados da APEMIP, foram cerca de 3500 os cidadãos estrangeiros que investi-ram em imobiliário em Portugal nos pri-meiros três meses de 2014. A liderar a tabela estão os britânicos, com cerca de 25% das transações realizadas por investi-dores internacionais. Seguem-se os chi-neses e os franceses, responsáveis por cerca 16%.

Segundo o Market Pulse da consultora Jones Lang LaSalle, o principal alvo destes investidores é o retalho. O relatório aponta 79% do volume de investimento nesta área. O comércio de rua revela-se assim o principal interesse dos investidores es-trangeiros no mercado imobiliário português. Na verdade, a capital tem assistido à crescente abertura de lojas na Avenida da Liberdade, Chiado e Príncipe Real e ao aumento da vida na cidade. As ruas tornam-se mais animadas, a cidade um sítio melhor para viver e isso faz do momento uma oportunidade para o mercado imobi-liário português.

português.

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