Date a Home Magazine | Jan / Fev / Mar 2015 | Page 117

Entrevista | Arrendar/Comprar Algarve Com Paixão | REGIÕES |

-foi ver-me. Linda! Estou-lhe muito grato. Em verdade, não sei distinguir bem quando é que me tornei profis-sional de Teatro, de tal forma as coisas se misturaram na dinâmica da vida. Quanto ao vir para o Algarve, foi mais um desafio do tipo de que gosto. Alguns amigos, sobretudo da televisão, perguntavam-me “mas o que é que vais fazer para esse desterro?!”. Para mim fazia todo o sentido. Aconteceu num tempo em que o discurso político e o discurso económico valorizavam o papel das cidades de média e pequena dimen-são. É verdade que hoje a situação é diversa, houve um claro recuo neste desígnio, mas mesmo assim não me arrependo da opção que tomei há 18 anos. Uma ou outra vez continuo a fazer incursões na televisão, e tam-bém no teatro fora do Algarve; mas, sim, a minha casa é aqui, e é aqui que faço o que mais prazer me dá no meu trabalho.

Diga-nos o que significa para si viver no Algarve…

Viver no Algarve é para mim um prazer indescritível! Há pouco tempo, tinha eu acabado de aterrar num aeroporto de São Paulo, e, quando me confrontei com aqueles odores densos, com aquele ruído oco, com aquele céu cinzento, com as peles baças das pessoas, senti uma nostalgia muito grande pelo Algarve. Apeteceu-me regressar de imediato, e andei sempre lá em gran-de ansiedade, desejando terminar rapidamente o trabalho que tinha a fazer para regressar ao Algarve e ao Lethes. Viver no Algarve, com a qualidade de vida que aqui se tem, é um bem que não tem preço. Parece chavão; mas quem conhece alguma coisa do mundo perceberá o que digo.

Deu início à ACTA, tendo em con-ta os objetivos da Companhia como acha que tem contribuído para a divulgação da Cultura no Algarve?

Não vale a pena ter um discurso de falsa modéstia. Todas as pessoas, em todas as instâncias, têm exprimido reconhecimento pelo nosso traba-lho; pelo dinamismo e pela qualida-de dele. Temos merecido o recon-hecimento público dentro e fora do Algarve, dentro e fora do país. Temos um serviço educativo único na Europa, por via do qual temos dado formação no estrangeiro - até à data, a professores e educadores de 9 países; a Universidade de Heidel-berg mostrou interesse em conhecer este nosso trabalho e fui lá fazer uma palestra; a Fundação Gulben-kian atribui-nos um prémio reconhe-cidíssimo. Na Bélgica, na Alemanha, na Polónia na Itália recebemos os maiores elogios. Isto, julgo eu, é uma forma de valorizar o que no Algarve se faz no âmbito cultural. E, no plano regional, não deixámos nunca de cumprir com a nossa missão e com os nossos compromissos, apesar das condicionantes financeiras. Valori-zamos a região acima de tudo, e pro-curamos envolver a comunidade nos nossos esforços. Temos uma equipa de voluntários numerosíssima - pes- Lethes em 2015: com espetáculos, serviço educativo, conferências...