Date a Home Magazine | Jan / Fev / Mar 2015 | Page 108

| REGIÕES | Arrendar/Comprar Porto Com Paixão | Entrevista

Não me parece ter existido apenas “um” momento de viragem, mas vá-rios, que têm vindo a acontecer, e dos quais, para mim, tiveram especi-al importância a Criação do Museu de Serralves, a instalação das galeri-as de Arte na Rua Miguel Bombarda e a infra-estrutura criada para a “Porto Capital Europeia da Cultu-ra” (nomeadamente a Casa da Mú-sica).

Parece-me também interessante o facto de que a atividade cultural do Porto contou sempre com a atitude associativista e participativa dos habitantes da cidade, com a criação de polos culturais espalhados por diferentes áreas, democratizando o acesso à cultura e à arte. Como exemplo da iniciativa dos portuen-ses, o caso da Rua Miguel Bombarda, com os eventos de inauguração simultânea das galerias, que se tor-nou um ex-libris da cidade: um polo aglutinador de outras atividadades culturais e ponto turístico de passa-gem obrigatória.

Acho que é também de falar das atuais atividades culturais promovi-das pela Câmara do Porto, que me têm surpreendido e agradado. Por promoverem a participação da popu-lação, por potenciarem o interesse e conhecimento coletivo na história e conhecimento comum da cidade e no desenvolvimento da cultura e da arte.

O Porto é a cidade dos pintores? Qual é o pintor que mais a fasci-na?

Esta pergunta remete-me para o filme de Manoel de Oliveira “O Pintor e a Cidade” sobre a obra e visão da cidade do pintor António Cruz, que tão bem retrata o ambiente e espírito da cidade. Mas pensar na cidade do Porto em termos dos seus pintores é um mundo de possibili-dades. Desde logo, lembro-me do grupo de pintores naturalistas do Porto, que me despertaram admira-ção e interesse pela pintura desde a infância, numa primeira visita ao Museu Soares do Reis. E até aos nossos dias, um conjunto de muitos outros nomes importantes, com abordagens muito diversificadas, não param de me inspirar. Como exemplo lembro-me logo de Júlio Resende, de Ângelo de Sousa… mas são apenas dois nomes entre uma extensíssima lista de várias gerações de pintores portuenses, saídos das Escolas de Artes da nossa cidade, com trabalhos fascinantes e inspira-dores. Não consigo eleger um. Em cada momento aproveito a obra que mais me apraz.

Do tempo que passa no Porto, o que é que nunca pode faltar no seu dia-a-dia?

Um café, à beira mar.

Descreva o Porto em três pala-vras e tente justificar?

Rio – o rio Douro, com a sua neblina suave ligando o Porto a Gaia e ao mar;

Granito – sempre presente cons-trói cidade, solene.

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