Date a Home Magazine | Jan / Fev / Mar 2015 | Page 116

estudo e confronto. É apaixonante e muito útil para o tipo de trabalho que faço no Teatro. Quando penso nas subtilezas que nos diferenciam dos chimpanzés, que as neurociên-cias apuraram nos últimos 15 anos, concluo que o meu trabalho no Teatro faz todo o sentido. Sim, é um trabalho artístico por que só o ser humano tem a consciência dessa dimensão; tal como só o ser humano também tem a consciência da di-mensão científica da sua atividade. Daí que por vezes eu não saiba bem distinguir se sou um artista, ou se um investigador - sem qualquer pre-sunção académica; apenas serei um "técnico dentro da técnica", como diria o Pessoa. Quando dirijo e me confronto, por exemplo, com o que deve ser o figurino da atriz, se deve usar ou não deve usar meias, que tipo de meias devem ser, que cor devem ter, etc., o meu paradigma é o da psicologia da personagem e não o do mundanismo, do tipo "fica-lhe bem ou não lhe fica bem". Mas se me ponho a discorrer sobre isto nunca mais me calo...

Não só mudou de área profis-sional, como mudou de cidade, o Algarve já é a sua casa?

Não se tratou propriamente de uma mudança de área profissional. Tudo aconteceu em simultâneo em di-ferentes fases da minha vida, por vezes de forma complementar. Faço Teatro desde os 6 anos por causa de uma jovem professora que há tempos, inesperadamente, reencon-trei em Paris. Fui lá trabalhar e ela foi ver-me.

CITADIN

(adj.)

Chic and modern city-dweller;

Characteristic of someone who

lives in the city or lives a city life;

Carefully crafted in Portugal.

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