Date a Home Magazine | Jan / Fev 2014 | Page 78

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muito.

O João é conhecido pela sua energia. Precisa do campo e de uma casa com espaço, terra e verde à sua volta para recarregar energias?

Ao princípio não achava. Eu sou uma pessoa da cidade, não sou pessoa do campo. Aliás, quando vou de férias procuro sempre a cidade, nunca o campo ou a praia. Mas hoje em dia já procuro um equilíbrio, um compromisso entre o campo e a cidade. E cada vez mais tenho prazer em passar dois ou três dias no campo, sem fazer nada, nada mesmo, entregue a mim próprio e ao sabor do tempo. Entregue aos meus animais ou a ver o meu Gericó, que é o meu burrito, a passear. É tão giro, tão giro. E gosto tanto de estar assim sem pensar, sem fazer nada.

Como é um amante das novas tecnologias, isso reflete-se na sua casa? Ou opta por soluções mais tradicionais?

Eu gosto! Gosto muito de novas tecnologias. Não tenho tudo, até porque ao ritmo a que a tecnologia avança era impensável ter tudo. Mas gosto de ter um bom aparelho de som, uma boa televisão, até porque como recebo muitos amigos, combinamos muitas vezes grandes encontros para vermos séries ou bons filmes. E gosto de ter um bom telemóvel. Seria incapaz de estar incomunicável. Mesmo no campo, mesmo gostando de estar sozinho com a natureza, é fundamental para mim estar em contacto. Era impensável para mim aquela história da ilha deserta...tinha de estar comunicável.

Do que mais gosta na sua casa?

Gosto muito da envolvência. Gosto sobretudo de estar sentado e ouvir os carros passar lá muito ao fundo. Gosto de estar sentado a ler um bom livro. Gosto de usufruir das brincadeiras com os animais. Gosto de, às vezes, não fazer nada, nem pensar nada. Gosto principalmente do verão, pela parti-cularidade do tempo, da natureza e daquele verde. No inverno, das lareiras e do quentinho, do cheiro a lenha. Às vezes, do cheiro a terra molhada... é maravilhoso, gosto muito.

Qual é a divisão mais importante para si e porquê?

Hoje em dia é a sala da tv, que é a sala onde estou mais tempo. É onde recebo os amigos, onde vemos bons filmes. E sobretudo onde, no inverno, tenho o prazer de estar no quentinho, enrolado numa manta à lareira a ver um filme, o que adoro.

Considera-se bom anfitrião?

Sim, acho que sim. Quer dizer, não devo falar em causa própria. Mas acho que me entrego e faço tudo por tudo para que os amigos façam da minha casa a casa deles e acho que isso é um bom princí-pio para ser um bom anfitrião.

Fez há pouco 50 anos. O envelhecimento preocu- pa-o ou acha que irá conservar a sua energia por muitos mais anos?

Preocupa-me o envelhecimento sem qualidade. Preocupa-me envelhecer sem aquilo de que as pessoas falam muito, e que é verdade, a falta de saúde. Envelhecer e perder algumas das capa-cidades preocupa-me, mas não como tenho envelhecido até aqui, e tenho feito por isso, pois tenho alguns cuidados. Procuro ter uma alimen-tação cuidada, não fumo, não gosto de bebidas alcoólicas. Vou ao ginásio, enfim... envelhecer assim é bom, não me preocupa..

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