En un hermoso prado
Verde laurel reinaba presumido
De pájaros poblado
Que, cantando, robaban el sentido
Al Argos del cuidado.
De verse con su adorno tan galana
La Tierra estaba ufana,
Y en aura blanda le adulaba el viento,
Cuando una nube fría
Hurtó en breve momento
A mis ojos el día;
Y arrojando del seno un duro rayo,
Tocó la Planta bella
Y juntamente derribó con ella
Toda la gala, primavera y Mayo.
Cayó abrasada encima de una roca
Y en mucha llama fue ceniza poca.
(Quedó el suelo de verde honor robado,
Y vio en cenizas su soberbia el prado.)
Ruy Belo
El poema que se reproduce en el jardín está en el libro Homem de Palabra(s) (1969),
y tiene el título (que no se indica en el jardín): Algumas proposições com pássaros e árvores
que o poeta remata com uma referência ao coração.
Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Eu passo e muda-se-me o coração