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20 U ma consciência coletiva expres- sada por ações para fortalecer as mu- lheres e desenvolver a igualdade de gêne- ro. É basicamente uma consequência do movi- mento feminista, mesmo estando interligados, são coisas diferentes. Se empoderar é o ato de tomar poder sobre si. Em primeiro plano, é válido expor que a pa- dronização da “mulher perfeita” pelos ins- trumentos midiáticos criou um culto à uma beleza meramente su- perficial e, na maio- ria das vezes, irreal. O empoderamento racial vem para romper com a estrutura racista pre- sente em nossa socie- dade, trazendo carac- terísticas do negro como referência de be- leza, trazendo autoes- tima e autoconfiança, mostrando que indepen- dentemente da cor, da orientação sexual, da religião todos devem respeitar a diversi- dade presente em nossa sociedade. Grande parte dos conteúdos que envolvem a figura feminina pas- sam por edições foto- gráficas, de maneira a remover as “imperfei- ções”. Esse comporta- mento gera uma busca pela aceitação social. Além disso, a objeti- CONTRASTE ficação da mulher nas propagandas ratifica o seu papel de objeto se- xual estabelecido pela sociedade patriarcal machista. Com efeito, esse tipo de exposição coloca a figura femi- nina como submissa ao homem. A consequência disso é o aumento do nú- mero de casos de abuso, seja sexual, psicoló- gico ou físico, e tor- na ainda mais difícil a luta pela igualdade de gênero. através de conselhos, atrás de vídeos na in- ternet e revistas. Li um texto que me fez mu- dar e começar a me amar primeiro, resolvi fazer várias mudanças, come- çando pelo meu cabelo. Mudei, chorei, esperei a transição passar, co- mecei a praticar espor- tes para melhorar mais o meu corpo e a minha saúde. Hoje, ainda te- nho alguns ressentimen- tos dentro de mim que, às vezes, me fazem cho- rar, mas orgulhosa da “eu sempre tive um mulher que me tornei corpo bonito, na visão hoje. das pessoas que me olha- vam, mas eu não era sa- tisfeita comigo mesma. Aos 10 anos passei por uma situação constran- gedora, onde chegaram em mim e perguntaram se eu já tinha sido abusa- da sexualmente por que desde cedo meu corpo se desenvolveu rápido de- mais. Comecei a perce- ber que o olhar das pes- soas para mim não era de admiração e sim de: “Nossa, nessa idade já tem um corpo assim”, por que as pessoas resumiam o meu corpo a sexo. E isso me afetou muito, eu comecei a ter vergo- nha do meu corpo e a me questionar, pelo fato de ter um corpo onde eu não me sentia bem. Não tinha auto estima, nem amor próprio! Comecei a seguir pessoas que pu- dessem me dar FORÇAS, MAGAZINE 21