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CONTRASTE
U
MAGAZINE
ma flor que nasceu na fave-
la. Cheia de vida e esperan-
ça, Dandara Felix da Silva
Bezerra transmite toda animação
e efervescência que o Limelight
trouxe para esse inverno. Come-
çamos com uma história de uma
guerreira, sua luta como uma mu-
lher trans a torna nossa matéria
de abertura para defender o que é
feminilidade. Com espontaneidade
ela nos contou com orgulho da sua
transformação e das adversidades
que acompanham a decisão de ser
quem realmente é.
Presença de muita personali-
dade, carregada de uma alegria
contagiante, ela nos revelou que
apesar de ter um processo de
transição “fácil”, regado por
amor e aceitação, existem muitos
conflitos com relação a questões
de vida amorosa e profissional.
“Mas, nem tudo são flores, ape-
sar de felizmente minha retifi-
cação de nome estar em andamento,
o processo de empregabilidade vai
continuar sendo difícil, mas vou
persistir. 95% das trans estão
na prostituição — um salve para
elas — mas quero fazer parte das
5% que vão estar no topo. ”
Sabemos o quão difícil é rece-
ber aceitação por parte dos cen-
tros religiosos, que por muitas
vezes rebaixaram a figura femi-
nina em suas estruturas como tam-
bém a comunidade LGBTQ+. Entre-
tanto nossa modelo cedeu um pouco
de suas experiências.
Sua identificação com a reli-
gião do Candomblé é uma ressalva
ao quanto acredita no posiciona-
mento da mulher na sociedade...
“No panteão africano temos deu-
sas com histórias incríveis. Não
poderia ser outra. ” — Conta em
entrevista.
“Eu quero ser
modelo, quero
atuar, quero
entrar pra
música, quero
ser designer
de moda e
eu espero
que nenhuma
estatística
me empeça disso.”
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