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U
ma
consciência
coletiva expres-
sada por ações
para fortalecer as mu-
lheres e desenvolver
a igualdade de gêne-
ro. É basicamente uma
consequência do movi-
mento feminista, mesmo
estando interligados,
são coisas diferentes.
Se empoderar é o ato de
tomar poder sobre si.
Em primeiro plano, é
válido expor que a pa-
dronização da “mulher
perfeita” pelos ins-
trumentos
midiáticos
criou um culto à uma
beleza meramente su-
perficial e, na maio-
ria das vezes, irreal.
O empoderamento racial
vem para romper com a
estrutura racista pre-
sente em nossa socie-
dade, trazendo carac-
terísticas do negro
como referência de be-
leza, trazendo autoes-
tima e autoconfiança,
mostrando que indepen-
dentemente da cor, da
orientação sexual, da
religião todos devem
respeitar a diversi-
dade presente em nossa
sociedade.
Grande
parte
dos
conteúdos que envolvem
a figura feminina pas-
sam por edições foto-
gráficas, de maneira a
remover as “imperfei-
ções”. Esse comporta-
mento gera uma busca
pela aceitação social.
Além disso, a objeti-
CONTRASTE
ficação da mulher nas
propagandas ratifica o
seu papel de objeto se-
xual estabelecido pela
sociedade
patriarcal
machista. Com efeito,
esse tipo de exposição
coloca a figura femi-
nina como submissa ao
homem. A consequência
disso é o aumento do nú-
mero de casos de abuso,
seja sexual, psicoló-
gico ou físico, e tor-
na ainda mais difícil a
luta pela igualdade de
gênero.
através de conselhos,
atrás de vídeos na in-
ternet e revistas. Li
um texto que me fez mu-
dar e começar a me amar
primeiro, resolvi fazer
várias mudanças, come-
çando pelo meu cabelo.
Mudei, chorei, esperei
a transição passar, co-
mecei a praticar espor-
tes para melhorar mais
o meu corpo e a minha
saúde. Hoje, ainda te-
nho alguns ressentimen-
tos dentro de mim que,
às vezes, me fazem cho-
rar, mas orgulhosa da
“eu sempre tive um mulher que me tornei
corpo bonito, na visão hoje.
das pessoas que me olha-
vam, mas eu não era sa-
tisfeita comigo mesma.
Aos 10 anos passei por
uma situação constran-
gedora, onde chegaram
em mim e perguntaram se
eu já tinha sido abusa-
da sexualmente por que
desde cedo meu corpo se
desenvolveu rápido de-
mais. Comecei a perce-
ber que o olhar das pes-
soas para mim não era
de admiração e sim de:
“Nossa, nessa idade já
tem um corpo assim”, por
que as pessoas resumiam
o meu corpo a sexo. E
isso me afetou muito,
eu comecei a ter vergo-
nha do meu corpo e a me
questionar, pelo fato
de ter um corpo onde eu
não me sentia bem. Não
tinha auto estima, nem
amor próprio! Comecei a
seguir pessoas que pu-
dessem me dar FORÇAS,
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