Contemporânea Contemporânea #10 | Page 8

Transcrevendo essa entrevista com meu filho de 4 anos consegui entender algumas de suas angústias, de seus anseios. Aprendi que terei que interagir mais com ele, trazer à tona seus sentimentos com mais frequência, ele precisa falar, se expressar, trocar informações, mostrar aos pais que também entende sobre o isolamento social.

Ficamos tão “entretidos” pelos nossos afazeres, tentando intermediar as atividades domésticas, os estudos e pesquisas, e as demandas do trabalho que apenas pensamos em nossos sentimentos. Olhamos nossos filhos sob nossa ótica. Reclamamos tanto como é difícil conciliar, como eles estão nos estressando, como eles estão nos irritando com suas birras, que esquecemos que isto tudo é reflexo do isolamento social, mas mais ainda, de nosso isolamento com nosso “Eu”.

Que a pandemia e o isolamento social nos sirva de lição para compreendermos os sentimentos de nossos entes próximos. E que seja conduzido de forma mais leve e tranquila, sem tamanhas cobranças e imposições.

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