Concurso "Há Poesia na Escola" | Page 77

Implosão E assim inspirei… o ar quente cercava-me! Estava no meio do que é e sempre foi o meu todo, para outros o nada: o inexistente cria insanas divergências. Deitada no meio de relatos das belas recordações vividas de um passado jovem, simples e alegre. Agora uma mancha abandonada: o esquecimento fez de mim vítima. Quando liberto o ar outrora inspirado, Alimento cada ferida rasgada. A dor já não existe, eu reinvento-me através dela. Todos os dias! Todos os dias procuro o equilíbrio constante, luto para apagar o risco mal feito. Quero-me a implodir do papel branco: Falta-me sempre o tempo para ser eu. E quanto mais penso nelas, menos as vivo como foram, alterando-as a cada visita: o passado faz-se pré-história em mim. Já nada é o que foi. Tudo o que toco, vejo ou sinto, parece desfalecer à minha frente, Desaba! É o destino cruel que acaba a vida, que me rodeia, Assassina! Maria Inês Roque, 12ºA Escola Secundária D. Duarte