No livro “Por que Gritamos Golpe? ”, Ciro Gomes destaca que desde o golpe de 1964, o Brasil consegue ter apenas três presidentes democraticamente eleitos que terminaram seus mandatos. Isso é algo extremamente preocupante pois mostra que a “democracia” conquistada em nosso país é uma farsa ou melhor, uma democracia para minorias, onde se estas não concordam com determinado presidente, retiram-no.
Desta vez o alvo foi Dilma Rousseff, esta que buscava continuar fazendo um governo como aquele que Lula havia começado pensando nas minorias. Porém a ex-presidente cometeu uma série de erros, estes que não suficientes para motivar seu afastamento, mas provocou na população uma insatisfação ao seu governo, ódio a figura da presidente e uma demonização de seu partido, levando em consideração também que o que deu forças para os golpistas derrubarem Dilma não foi o favorecimento dos setores populares exclusivamente, e sim o ajuste fiscal mais brusco que ela deixou de entregar para os grandes empresários, tal feito que exigiria uma alteração na Constituição Federal, como afirma Ruy Braga. Tal insatisfação, para Roberto Requião, foi potencializada pela extraordinária agressão da mídia, seletividade do ativismo judicial, e embalada por interesses geopolíticos dos países
que disputam, desde sempre, nossas riquezas.
Parcerias erradas, ódio das minorias que seriam favorecidas com seu afastamento e das massas manipuladas, a não concretização de algumas de suas propostas, uma crise eminente no seu governo juntamente com o judiciário buscando formas de prejudicar a presidente, beneficiar políticos corruptos, fazendo complô contra determinado partido e pior de tudo abrindo e criando artigos na constituição em certas situações como explica Marcelo Semer, e é claro as acusações das “perigosíssimas” pedaladas fiscais.
A ponte para o futuro que nos leva para o passado construída no presente.