CineBA Volume 1 | Page 15

Como você conseguiu a chance de participar do filme?

Vinicius: Eu estava brincando na rua, em frente à minha antiga casa com meus amigos, quando a diretora Monique Gardemberg estava passando pelo local. Ela pediu pra tirar fotos, pediu que fizéssemos de novo o que estávamos fazendo enquanto ela observava junto com a sua outra colega, e foi nesse primeiro contato que surgiu a vontade dela de conversar com minha mãe pra me convidar pra gravar o filme.

Foi no filme que você começou a sua carreira?

Vinicius: Comecei minha carreira em "O pai o" sim há 13 anos, desde então tudo isso resultou em outros convites pra filmes, estadia em companhias, series e etc.

Qual a lembrança mais marcante dos sets de gravação?

Vinicius: O que marca muito nos sets que participo sã as resenhas pós-gravação, naquela época eu era vidrado em observar as coisas diferentes, tudo me chamava atenção, até pelo fato da pouca idade e a curiosidade, mas hoje o que curto muito é o resultado, a satisfação de todos em ter uma diária bem feita!

Como você se sentia quando entrava em cena?

Vinicius: Quando gravei o filme, pela inexperiência, eu encarava tudo como uma brincadeira, tudo era diversão - até hoje -, já hoje, eu fico muito feliz, me sinto à vontade, não me vejo fazendo outra coisa a não ser estar envolvido com a arte.

Como era a sua relação com todo o elenco do filme?

Vinicius: Naquela época me acolheram como uma espécie de mascote né? Era bonitinho, fofinho, todos tratavam bem, aqueles que eu costumava ver na TV iam em minha casa, cumprimentavam minha família, era e é até hoje uma relação linda!!

Qual a cena do filme que mais te marcou?

Vinicius: Sem dúvidas a cena final. Sem discussões, mas o que me toca muito é a cena de Lázaro e Wagner (Roque e Boca) na discussão sobre o racismo.

Como foi gravar a cena final?

Vinicius: Eu não tinha tanta noção do que estava acontecendo, ou não sabia da complexidade daquela cena ou o que causaria, enfim, foi um presente.

Como eram os bastidores das gravações?

Vinicius: Eu tinha uma produtora pra tomar conta de mim e do resto do elenco infantil, aprontávamos bastante.

O que "Ó Pai, Ó" representa para você?

Vinicius: Tudo, tudo mesmo! Aquilo foi um presente que até hoje rende frutos, prêmios e conquistas, fico feliz por tanto, até hoje. Que venha o 2!

O que "Ó Pai, Ó" representa para a sociedade?

Vinicius: Me colocando no lado sociedade, acredito que seja mais do que um filme, é um manifesto artístico, é uma forma macia de explicitar os fatos, é um ato de protesto humorístico, é uma referência ao talento local, é o exemplo vivo de que artistas pretos naturais do cenário local podem protagonizar obras pra o mundo todo, é o maior orgulho que podemos ter, é uma espécie de sindicato para tudo que possamos contar.

Quando você soube do segundo filme, qual foi sua reação?

Vinicius: Era um namoro antigo... Ficamos todos felizes e ansiosos, já estamos nos preparativos, maio/junho já iniciamos.

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