eficaz para uma autêntica
prática cristã para os nos-
sos tempos.”
Tradições orientais
A descendente de japo-
neses Vera Lúcia Navarro
é espiritualista simpati-
zante da filosofia Seicho-
-No-Ie e utiliza a prática
constante da meditação.
“Sinto muitos benefícios,
como paz, confiança, ale-
gria, certeza para trilhar
caminhos e conexão com
Deus. Realizo esse mé-
todo em silêncio ou por
meio de músicas de re-
laxamento. A meditação
nos aproxima do criador
e, em conjunto com a
oração diária e constante,
podemos amar mais nos-
so próximo. Acredito que
este seja um meio de exercitarmos a nossa fé.
Este é um caminho essencial para o bem-estar
físico e psicológico e principalmente para a
paz universal”.
O reverendo da Risho Kossei-Kai do Brasil
(organização budista), Kazuyoshi Nakahara,
utiliza outros meios de conexão com o sa-
grado por meio da oração do Sutra de Lótus.
“Nós recitamos as escrituras do Sutra em voz
alta. Por isso, não podemos dizer que a recita-
ção do sutra seja uma meditação. No entanto,
tem o mesmo efeito, que é acalmar a mente e
concentrar nas coisas. Acredito ser uma boa
opção para olharmos profundamente o nosso
interior.”
Ao promover uma experiência de reflexão
interior, Nakahara afirma que a meditação
pode ajudar a remover o egoísmo e os apegos
que há nos corações humanos. Além da ora-
ção, essa prática também ajuda a eliminar o
medo, a desconfiança, que costumam promo-
ver o distanciamento da pessoa em relação ao
sagrado e ao semelhante. “Eu sinto que é uma
prática eficaz de refletir nosso interior, fazer
manifestar nosso lado bom e remover nosso
lado ruim”, argumenta o reverendo budista.
equilíbrio mental e emocional, a descoberta
e o aprofundamento dos valores existenciais;
aprofunda a experiência da fé; amplia a visão
da vida em suas múltiplas dimensões.”
Desde o seu início, a Igreja sempre cultivou
e incentivou esse método. “Na própria Palavra
de Deus, há muitos exemplos disso”, afirma
Alem. Um desses exemplos é Maria que, con-
forme está escrito no Novo Testamento, guar-
dava todas as palavras de Jesus em seu coração
e meditava sobre elas (Lc 2, 41-51). “Jesus in-
centivava a todos a meditarem. E os apósto-
los, sobretudo Pedro, Paulo, nas suas cartas,
se referem à necessidade de acolher e testemu-
nhar a palavra revelada.”
Para o sacerdote claretiano, ao longo dos
séculos, há muitos exemplos de santos e san-
tas que viviam e criavam, inclusive, métodos
de meditação. “Uma das mais significativas
expressões disso no cristianismo é a Lectio
divina (leitura orante da Bíblia), cuja prática
marcou profundamente a vida dos mostei-
ros e conventos e hoje se expressa de forma
muito eficaz na vida de tantas comunidades
cristãs, religiosas, sacerdotais, leigas. “É o
método, se for bem entendido e vivido, mais
Esta reportagem
foi uma sugestão
da nossa leitora
e entrevistada
Ângela Cristina
Ceschin. Envie
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Setembro 2019 | Cidade Nova |
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