positivos e aqueles a serem desenvolvidos; per-
der o equilíbrio emocional com facilidade; dei-
xar o nervosismo e ansiedade falar mais alto. Es-
ses são os mais comuns. Outra falha comum – e
grave – é não pesquisar sobre a empresa em que
se deseja ingressar, não saber responder por que
quer trabalhar na companhia.
DESAFIANDO AS PROBABILIDADES
Elke Ritti, completou 50 anos no mês passa-
do e recentemente passou por uma mudança
profissional. A primeira barreira que enfrentou
foi preconceito e discriminação. Ela se sentia
julgada pela idade. Elke é gestora de segurança
patrimonial privada, portanto o seu desafio foi
ainda maior por escolher uma área altamente
competitiva, com 80% de presença masculina.
Era preciso se impor e concorrer com homens.
Para ela, falar sobre armas, dar treinamentos
e capacitar vigilantes e profissionais de segu-
rança aumentou a sua autoestima e confiança
“para incomodar alguns marmanjos”.
Durante o processo de seleção para o cargo
atual, ela foi questionada quanto à capacida-
de de interagir em um departamento jovem.
Sua resposta? “Entregue-me a missão, acredito
que tenho criatividade, energia e boa vontade,
requisitos que alguns jovens desconhecem.”
Algumas “piadinhas” ainda estão presentes
em seu dia a dia, mas isso não a intimida; quan-
do ocorrem, Elke apresenta seus indicadores.
Vinda de um lar humilde e desfeito por pais
separados, a gestora aprendeu com sua falecida
mãe a não deixar ninguém torná-la inferior. O
dinheiro de seu primeiro diploma veio das faxi-
nas que fazia, ofício ao qual dá muito valor. Com
simplicidade e humildade, reconhece que só se
chega a algum lugar quando não se tem medo de
arriscar. “Me desafiaram e eu estou mostrando
que o meu lugar é no palco e não nos bastidores”,
comemora. “Lugar da mulher, independente-
mente da idade, é onde ela quiser. Se eu escolhi,
eu consigo. Só depende de mim”, completa.
MATERNIDADE E TRABALHO
Ana Bernardes, 40, trabalhou por 15 anos como
secretária-executiva. Três anos atrás passou por
uma importante transição de carreira. Buscou
ajuda com profissionais de coaching para crescer
em seu desenvolvimento pessoal e nos relacio-
namentos com colegas. Passou de uma empre-
sa focada em metas para uma que tinha como
prioridade o profissional e seu bem-estar.
Na nova ocupação, há ações promovidas pelo
departamento de Recursos Humanos voltadas
para o relacionamento interno e a integração en-
tre funcionários. Ela, que antes se via como uma
pessoa fechada e formal no ambiente corpora-
tivo, se adaptou às mudanças e se tornou mais
extrovertida e comunicativa dentro da empresa.
Há um ano e meio, assumiu uma nova fun-
ção como gerente administrativa e diz que a
opção de plano de carreira que a empresa ofe-
rece motivou a mudança. “Comecei a inves-
tir em alguns cursos sugeridos pela empresa
e direcionados para a nova função. Encontrei
líderes menos rígidos, que ouvem e acolhem
sugestões e opiniões, ao invés de desejar fun-
cionários apenas obedientes a ordens.”
Na nova empresa, Ana encontrou um am-
biente de trabalho agradável e flexível aos ho-
rários, com o qual se sente segura por ver suas
questões pessoais, como maternidade e famí-
lia, também valorizadas. Mãe de duas crian-
ças, quando precisa se ausentar por conta dos
filhos, a empresa não enxerga a atitude com
maus olhos, mas reconhece a importância de
o colaborador zelar por sua família e permite a
compensação de horas posteriormente. É uma
via de mão dupla, explica: “Preciso da empresa
e ela precisa de mim. Mereço dar o melhor que
tenho a oferecer a ela, para que ela também
possa me retribuir por isso”.
Ana acredita que hoje, não dá mais para
trabalhar e achar que está ali apenas para cum-
prir uma carga horária. Reconhece que já tra-
balhou assim também, mas mudou de postura.
“Depois que tive meus filhos, a minha visão
mudou completamente.”
Karina Menezes é coach, analista de treina
mento e tem um filho de 6 anos. Para ela, con-
ciliar carreira e maternidade sempre é uma mis-
tura de culpa com realização. “Culpa por não
estar mais perto ou não participar ativamente
da vidinha dele”, admite. Por outro lado, a rea
lização de ser mãe e profissional, “deixa para
o filho um legado de comprometimento e res-
ponsabilidade, de trabalho e dedicação de que
só realiza sonhos com trabalho duro, estudo e
respeito a todas as pessoas”.
Junho 2019 | Cidade Nova |
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