Chicane Motores Vol. 3 (mensal) | Page 35

ANALISE | GP da china ´ O Grande Prémio da China prometeu muito mas decorreu numa toada calma e com poucas surpresas. Embora com alguns apontamentos de qualidade, a prova chinesa pautou-se pela previsibilidade e pelo regresso “à normalidade”, com os Mercedes a voltarem a impor o seu poderio. No entanto, o final da corrida trouxe um colorido inesperado. Uma troca de acusações que vai voltar a reacender a rivalidade entre os pilotos Mercedes. Mercedes A vitória de Hamilton é inquestionável. O britânico liderou todas as sessões de treino, foi o mais rápido na qualificação e em corrida só teve a companhia de Rosberg porque levantou o pé e quis poupar pneu. Um fim-de-semana sem problemas e mais 25 pontos no bolso, sem contestação possível. Já Nico Rosberg parece ter perdido o norte. O piloto cerebral e calmo deu lugar a uma versão insegura e pouco inteligente do alemão. Depois de ter ficado mal na corrida de Sepang, voltou a meter os pés pelas mãos e no final da corrida criticou Hamilton por ter deliberadamente diminuído o ritmo, prejudicando assim a sua corrida e ficando à mercê de Vettel. Uma acusação estapafúrdia de um piloto que acusa o seu rival de estar lento e mesmo assim não o ultrapassou. Não se deve descurar o facto que a Mercedes “deu razão” a Rosberg quando mandou entrar o alemão antes de Hamilton na 2ª paragem. Mas ao acusar publicamente o seu colega de equipa, Rosberg ficou com a fama (e o proveito) de chorão e mostrou que está afectado pelo comportamento de Hamilton. O sorriso de Lewis na conferência de imprensa não engana. Ficou com aquele ar de superioridade de quem sabe que está em vantagem quer dentro como fora de pista. Se Rosberg não encontra a calma e o andamento necessário, a luta pelo titulo poderá ser apenas uma miragem. Ficou mal e a equipa não o defendeu com Wolf e Lauda a dizerem que Hamilton fez o que tinha de fazer e Rosberg só tem de melhorar. Quem diria que numa casa alemã seria um britânico a impor a lei e um alemão com o papel secundário! Ferrari Seria muito difícil para a Scuderia repetir a vitória de há duas semanas. As condições únicas que se juntaram em Sepang não estavam previstas para Shangai e a Mercedes não iria cometer o mesmo erro de subestimar o adversário duas vezes. No entanto, até meio da corrida, os Ferrari conseguiram colocar os Mercedes sob pressão e a estratégia de Rosberg foi claramente afectada pelas jogadas da Ferrari, com Vettel a mostrar que está de volta. Nesta fase, colocar os Mercedes em sentido tem de ser considerado uma vitória para uma equipa que há uns meses lutava para ficar no top5. Vettel nunca sonhou com um inicio tão bom. 3 corridas 3 pódios e uma vitória. Está forte, motivado e a sua qualidade está de novo à vista. Está a conquistar as gentes de Maranello e não só. Já Kimi tem a pressão do seu lado. Em 22 corridas feitas desde o seu regresso à Ferrari, apenas uma vez conseguiu fazer melhor que o seu colega de equipa. Ninguém duvida da qualidade do finlandês mas é um facto que está ainda longe do que fez na Lotus. Este fim-de-semana teve de recuperar de um erro na qualificação. Acabou em 4º, perto de Vettel e se não fosse o Safety Car talvez conseguisse ameaçar o colega de equipa. Mas se não melhorar poderá ficar irremediavelmente com o rótulo de 2º piloto da equipa. E Kimi é muito mais que isso. Chicane Motores | 35