crónica do rock portuense
Estávamos em 1980 quando Rui Veloso entrou
pela primeira vez nos estúdios da Valentim de Car-
valho para gravar Chico Fininho, o primeiro mar-
co do “roquenrole” português. E, de repente, as
rádios foram invadidas por este e outros surpreen-
dentes êxitos, como Portugal na CEE, a primeira
canção escrita pelos GNR, e assim se abriram as
portas para que, no ano seguinte, os efémeros
Táxi, Trabalhadores do Comércio e Jáfumega deix-
assem a sua assinatura na música portuguesa.
Com o refrão “A gente vê-a como uma chiclete/
Que se prova, mastiga e deita fora/ Sem demora”,
os portuenses Táxi conquistaram os portugueses e
o seu álbum de estreia, o homónimo Táxi, atingiu
rapidamente mais de 35 mil unidades vendidas,
tratando--se de um feito histórico para um álbum
pop/rock made in Portugal.
Por sua vez, os Trabalhadores do Comércio an-
teciparam a edição do seu primeiro álbum, Tripas
à Moda do Porto, com o single Chamem a Polícia,
espécie de hino do rock português com q.b. hu-
mor e paródia ao sotaque portuense.
Quanto aos Jáfumega lançam em 1981 o single
“Dá-me Lume” que teve bastante sucesso graças
ao tema “Ribeira”. Quando se juntaram, em 1981,
chamavam-se de Bananas, nome que ia ao encon-
tro do objetivo de fazer ska. Já depois de terem
ganho o afamado concurso Rock em Stock/7 Up,
e de um contrato com a EMI, a banda reorien-
tou as suas tendências musicais para a cold wave
e para o urbano-depressivo e encurtou o nome
para Ban. Ana Deus integra os Ban e, em 1988, é
lançado o primeiro disco da banda, “Surrealizar”
com destaque para os temas “Irreal Social”, “Num
Filme Sempre Pop”, “Encontro com Mr. Hyde” ou
“Um Espelho Riu” com relativo sucesso no pano-
rama musical português. Finalmente falamos dos
Bramassaji formados em 1984, lançam em 1989 o
EP “Princípios”, pela Dansa do Som que inclui o fa-
moso tema “Pescador”.
No atual panorama musical portuense, sub-
sistem apenas os projetos de Rui Veloso, GNR
e Táxi, que lançaram o single “Reality Show” em
2017. Relativamente aos restantes projetos, o gui-
tarrista Mário Barreiros dos Jáfumega, é um pro-
dutor musical de renome, João Loureiro dos Ban
é o presidente do Boavista Futebol Clube, Carlos
Vieira, vocalista e guitarrista dos Brammasaji é
um dos responsáveis da Xinfrim (Eventos music-
ais) e Alberto Almeida, teclista dos Bramassaji é
um fotógrafo na área da música, tendo trabalha-
do com nomes como Pedro Abrunhosa, Clã, Zen,
Blind Zero entre outros.