CECOA Impresso - 2018 CECOA Impresso - 2018 | Page 25

crónica do rock portuense Estávamos em 1980 quando Rui Veloso entrou pela primeira vez nos estúdios da Valentim de Car- valho para gravar Chico Fininho, o primeiro mar- co do “roquenrole” português. E, de repente, as rádios foram invadidas por este e outros surpreen- dentes êxitos, como Portugal na CEE, a primeira canção escrita pelos GNR, e assim se abriram as portas para que, no ano seguinte, os efémeros Táxi, Trabalhadores do Comércio e Jáfumega deix- assem a sua assinatura na música portuguesa. Com o refrão “A gente vê-a como uma chiclete/ Que se prova, mastiga e deita fora/ Sem demora”, os portuenses Táxi conquistaram os portugueses e o seu álbum de estreia, o homónimo Táxi, atingiu rapidamente mais de 35 mil unidades vendidas, tratando--se de um feito histórico para um álbum pop/rock made in Portugal. Por sua vez, os Trabalhadores do Comércio an- teciparam a edição do seu primeiro álbum, Tripas à Moda do Porto, com o single Chamem a Polícia, espécie de hino do rock português com q.b. hu- mor e paródia ao sotaque portuense. Quanto aos Jáfumega lançam em 1981 o single “Dá-me Lume” que teve bastante sucesso graças ao tema “Ribeira”. Quando se juntaram, em 1981, chamavam-se de Bananas, nome que ia ao encon- tro do objetivo de fazer ska. Já depois de terem ganho o afamado concurso Rock em Stock/7 Up, e de um contrato com a EMI, a banda reorien- tou as suas tendências musicais para a cold wave e para o urbano-depressivo e encurtou o nome para Ban. Ana Deus integra os Ban e, em 1988, é lançado o primeiro disco da banda, “Surrealizar” com destaque para os temas “Irreal Social”, “Num Filme Sempre Pop”, “Encontro com Mr. Hyde” ou “Um Espelho Riu” com relativo sucesso no pano- rama musical português. Finalmente falamos dos Bramassaji formados em 1984, lançam em 1989 o EP “Princípios”, pela Dansa do Som que inclui o fa- moso tema “Pescador”. No atual panorama musical portuense, sub- sistem apenas os projetos de Rui Veloso, GNR e Táxi, que lançaram o single “Reality Show” em 2017. Relativamente aos restantes projetos, o gui- tarrista Mário Barreiros dos Jáfumega, é um pro- dutor musical de renome, João Loureiro dos Ban é o presidente do Boavista Futebol Clube, Carlos Vieira, vocalista e guitarrista dos Brammasaji é um dos responsáveis da Xinfrim (Eventos music- ais) e Alberto Almeida, teclista dos Bramassaji é um fotógrafo na área da música, tendo trabalha- do com nomes como Pedro Abrunhosa, Clã, Zen, Blind Zero entre outros.