Trechos de:“ Risky Business”, por Roger Ebert. Íntegra: https:// www. rogerebert. com / reviews / risky-business-1983
" Negócio arriscado " é um filme sobre a culpa do adolescente do sexo masculino. Em outras palavras, é uma comédia. É engraçado porque lida com assuntos que são tão delicados, tão cheios de dor emocional, que a menos que nós rimos, não há praticamente nenhuma maneira de lidar com eles- especialmente se nós somos agora, ou sempre fomos, um adolescente.
[..] A melhor coisa sobre o filme é o seu diálogo. Paul Brickman, que escreveu e dirigiu, tem um ouvido tão bom que sabe o que deixar de fora. Este é um daqueles filmes em que algumas palavras ou uma única linha diz tudo o que precisa ser dito, implica tudo o que precisa ser implícito e dá risada. Quando a prostituta diz à criança: " Oh, Joel, vá para a escola. Aprenda alguma coisa ", a inflexão precisa dessas palavras define seu relacionamento para as próximas três cenas.
A próxima melhor coisa sobre o filme é o elenco. De alguma forma, Rebecca De Mornay consegue assumir aquele papel ingrato, a prostituta com um coração de ouro, e transformá-lo em um personagem muito específico. Ela não é boa e nem todos são clichês: ela é uma jovem muito complicada, com insinuações e inseguranças e uma habilidade desobediente de amar. Fiquei surpreso quando percebi que este filme iria criar um relacionamento original e interessante envolvendo um adolescente e uma prostituta. O garoto adolescente, no que será chamado de papel de Dustin Hoffman, é interpretado por Tom Cruise, que também sabe como implicar um mundo inteiro com o que ele não diz, não consegue sentir e não entende.
Este é um filme de novos rostos e ideias inspiradas e risadas genuínas. É difícil fazer um bom filme e mais difícil fazer uma boa comédia e quase impossível fazer uma sátira de obsessões tão populares, mas misteriosas como culpa, ganância, luxúria e sigilo. Este filme sabe o que se passa por trás das portas fechadas do banheiro do sonho americano.