Catálogo Cine FAP Teen Movies | Page 11

Trechos de: “Diretores Autorais – Cameron Crowe”, por Thiago M. Cezimbra. Íntegra: https://cinelogin.wordpress.com/2014/08/02/especial-cl-3-anos-diretores-autorais- cameron-crowe/ Sabe aquele diretor que todos admiram seus filmes, mas ninguém lembra assim de nome quem seja o cara? Bom, ele é Cameron Crowe. Um cineasta sensível, dedicado e humano como poucos. Não por acaso seus filmes transparecem emoções e movem sentimentos. Crowe é um cineasta conhecido, mas não é popular a ponto de ter seu nome citado em rodas de conversa a não ser que ela seja formada por cinéfilos. Nerd, amante de música, fã de Billy Wilder (diretor de clássicos como Farrapo Humano, Crepúsculo dos Deuses, Quanto Mais Quente Melhor e Se Meu Apartamento Falasse), filho de um corretor de imóveis e de uma professora de sociologia, Cameron Bruce Crowe nasceu em 13 de julho de 1957 em Palm Springs, Califórnia. Aos 15 anos passa a trabalhar para a revista Rolling Stone, realizando o sonho de conhecer e entrevistar vários ídolos do rock (fatos de sua vida que mais tarde viriam a ser o roteiro de sua obra-prima, Quase Famosos). Em 1982 escreve o roteiro da comédia estudantil Picardias Estudantis, baseada em um livro de sua própria autoria, que se transformaria em um clássico juvenil dos anos 80, e que lança um certo trio de conhecidos no cinema (Sean Penn, Nicolas Cage e Forest Whitaker). O filme faz muito sucesso e coloca seu nome em Hollywood, assim como o trio citado. Em 1984, escreve o roteiro do pouco visto Vida Selvagem, uma espécie de sequência não declarada de Picardias Estudantis, que tinha Chris Penn, Eric Stoltz e Rick Moranis no elenco. O filme nem chegou a fazer muito barulho, mas sua vida hollywoodiana estava apenas começando… Observado de perto pelo premiado diretor James L. Brooks (Laços de Ternura e Melhor É I mpossível), Crowe então teve chance de lançar-se como diretor (coisa que nunca havia pensado em fazer) em 1989 com Digam o Que Quiserem, com John Cusack, Ione Skye, John Mahoney e Joan Cusack. É deste filme que vem uma icônica cena em que o personagem de John Cusack precisa de alguma maneira mostrar seu amor a sua garota e então levanta um micro system, ao som de In Your Eyes, de Peter Gabriel. O filme faz sucesso e vira outro pequeno clássico dos anos 80. Também neste filme nota-se que Crowe não é apenas um ótimo roteirista mas também um ótimo diretor, com um olhar sensível que Hollywood há muito não via. [...] Um cineasta humano, sensível, dedicado profundamente a seus personagens, que tem na música uma de suas paixões e instrumentos. Uma de suas maneiras de dirigir é tocar música direto no seu set de filmagens. Ele acredita que a música ajuda os atores a chegarem no ponto que deseja. Um sujeito que tem cara de gente legal, gente como a gente e que nos arrebata com seus roteiros simples e ao mesmo tempo profundos. Aliás, Crowe é tão descolado que divide com seus fãs várias facetas de seu dia a dia em seu site (www.theuncool.com), inclusive com espaço para responder perguntas de todos os tipos, de todas as pessoas. Neste mesmo site você encontra suas matérias para a clássica revista Rolling Stone, suas entrevistas antigas e muito mais. Seria Cameron Crowe um tipo de Frank Capra da atualidade? Mas quem sabe ele preferisse ser comparado a Billy Wilder, seu grande herói e inspirador no cinema, com quem ele acabou conseguindo desenvolver uma amizade que resultou no livro Conversations With Wilder, lançado em 1999.