Catálogo Cine FAP Primeiro Semestre de 2016 | Page 6

Ciclo Piratas 21/03/2016 O Falcão dos Mares, de Raoul Walsh (Captain Horatio Hornblower: EUA, 1951 – 117 min.) Adaptação da série de livros de C. S. Forester sobre o capitão Horatio Hornblower da marinha inglesa durante as Guerras Napoleônicas. Trechos de: “A Essência Walshiana: da política de autores ao superficialismo sofisticado do mac mahonismo”, por Luís Mendonça. Íntegra: http://www.apaladewalsh.com/2013/05/20/a-essencia-walshiana-da-politica-de- autores-ao-superficialismo-sofisticado-do-mac-mahonismo/ Raoul Walsh é um cineasta único, o que não quer dizer que seja fácil de definir “a essência” do seu universo, tão vasto e eclético que ele é. Por isso, talvez seja apenas da ordem da intuição avançar com a ideia de que Walsh foi, antes de mais, um dos poucos cineastas enciclopédicos da história do cinema. Digo “enciclopédico”, já que a sua carreira começa no mudo, no lado de lá das câmeras, atinge o pico nos tempos áureos do classicismo de Hollywood, já só na pele de realizador, e termina com a chegada das novas vagas ou a eclosão do cinema dito moderno. [...] Por outro lado, como aponta muito bem Dave Kehr, ao contrário de um Ford ou Haws, o cinema de Walsh nasce do – e morre no, acrescento agora eu – individual, não de uma – ou numa – consciência do todo. Constata-se facilmente isso pela relativa repetição de “paisagens” em Ford e Hawks e a permanente rotatividade, ou indecibilidade, destas nos filmes de Walsh – acontecerá isto porque tudo depende da forma como a ação dos personagens vai mexer com o destino que lhes estava social, política, histórica e dramaticamente traçado. Walsh, cineasta do impulso e dos personagens, muito mais horizontal do que qualqer outro cineasta clássico, não convive bem com o “eterno retorno” às mesmas paisagens ou às mesmas situações.