Mostra Fim do Mundo?!
O fim do mundo é um verdadeiro fetiche para o cinema:
sobreviventes, contaminados, poupados, solitários que se unem, que
recomeçam...
Os filmes de fim do mundo formam uma espécie de sub-gênero
do filme catástrofe. Uma ameaça para a humanidade inteira, o pânico, a
destruição, o caos.
É preciso, no entanto, reduzir o fim do mundo cinematográfico à
seus efeitos especiais e sua pirotecnia? Podemos começar acrescentando um
ponto de interrogação: “Fim do Muneo?”. Porque o famoso fim do mundo que o
cinema nos vende, nunca é verdadeiramente um. Ou o evitamos, ou tem
sempre sobreviventes, e ele não é o fim do mundo propriamente dito. O fim do
mundo para o cinema é sempre uma maneira alegórica para falar da
sociedade no presente, da família, da política, da desumanização, do
ostracismo, da sexualidade.
Será preciso acrescentar então um “s”: Fins do Mundo. Porque
esse fim do mundo é múltiplo: consequência de um ataque nuclear; uma
invasão vinda do espaço, uma epidemia ou contágio viral, até mesmo uma
ameaça desconhecida ou ainda uma sociedade distópica pós-apocalíptica...
De qualquer forma, ela terá formas cinematográficas diferentes:
fantástico, horror, dramático, realista, ultra-realista...
O fim do mundo no cinema é uma sinal. Os sintomas de uma
sociedade e seus medos em um dado momento da história.