Capitalismo e população mundial | Page 14

indústria. Nesse processo de mão dupla, as cidades atraem as indústrias e a indústria provoca a urbanização. “Deste modo, as transformações urbanas atraem ou não o capital, facilitam ou não sua implantação, mas não jogam o papel decisivo na reprodução da população sob o capitalismo”. Então como isto acontece? Sergio não se limita a mostrar números, trata de indicar as razões e as alterações na sociedade que dão base a tais transformações. Após uma breve apresentação da composição orgânica do capital, é apresentado o papel da evolução desta variável no século XX que vai desembocar na revolução técnicocientífica; o capital fixo crescendo mais rapidamente que o capital variável, o trabalho humano, não somente o esforço dos braços mas também o de várias funções cerebrais, sendo substituído pela máquina e os reflexos disto na reprodução da população: “onde o capitalismo mais se desenvolveu e, portanto, onde a composição orgânica do capital é mais alta, como a Europa e os EUA, a taxa de crescimento da população é menor, especialmente a partir da década de 1960, e que na Europa a população se estabiliza e tende a decrescer, e, por outro lado, nos continentes onde persistem setores da economia com modos de produção pré-capitalistas, como na África e na Ásia, as taxas de crescimento populacional permanecem altas”. Neste quadro, cresce a expectativa de vida: ”na Europa, ela passa de 46,9 anos nos anos 1950 para 75 anos em 2005/2010, nos países em desenvolvimento, passa de 41,6 para 67 anos, e nos países mais pobres de 36,4 para 55,9 anos no mesmo período”. Como resultado, nos países desenvolvidos, tem-se uma diminuição relativa do exército industrial de reserva, o que não favorece o crescimento da taxa média de lucro do capital. Como ele reage a isto é um 12 Capitalismo e população mundial