indústria. Nesse processo de mão dupla, as cidades atraem
as indústrias e a indústria provoca a urbanização. “Deste
modo, as transformações urbanas atraem ou não o capital,
facilitam ou não sua implantação, mas não jogam o papel
decisivo na reprodução da população sob o capitalismo”.
Então como isto acontece? Sergio não se limita a mostrar
números, trata de indicar as razões e as alterações na sociedade que dão base a tais transformações.
Após uma breve apresentação da composição orgânica do
capital, é apresentado o papel da evolução desta variável
no século XX que vai desembocar na revolução técnicocientífica; o capital fixo crescendo mais rapidamente que o
capital variável, o trabalho humano, não somente o esforço
dos braços mas também o de várias funções cerebrais,
sendo substituído pela máquina e os reflexos disto na
reprodução da população: “onde o capitalismo mais se
desenvolveu e, portanto, onde a composição orgânica do
capital é mais alta, como a Europa e os EUA, a taxa de crescimento da população é menor, especialmente a partir da
década de 1960, e que na Europa a população se estabiliza
e tende a decrescer, e, por outro lado, nos continentes
onde persistem setores da economia com modos de produção pré-capitalistas, como na África e na Ásia, as taxas de
crescimento populacional permanecem altas”.
Neste quadro, cresce a expectativa de vida: ”na Europa, ela
passa de 46,9 anos nos anos 1950 para 75 anos em
2005/2010, nos países em desenvolvimento, passa de 41,6
para 67 anos, e nos países mais pobres de 36,4 para 55,9
anos no mesmo período”. Como resultado, nos países
desenvolvidos, tem-se uma diminuição relativa do exército
industrial de reserva, o que não favorece o crescimento da
taxa média de lucro do capital. Como ele reage a isto é um
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Capitalismo e população mundial