A Imigração Libanesa no Brasil tem início a partir da segunda metade do século XIX, é impulsionada pelas dificuldades vividas pela população do Líbano.
O século XIX caracteriza o momento de grande fluxo imigratório no Brasil, várias são as nacionalidades que buscam o território brasileiro nesse momento em busca de melhores condições de vida. O progressivo processo de abolição da mão-de-obra escrava é fator que impulsiona o governo brasileiro a admitir trabalhadores estrangeiros no país. Entre as nacionalidades que se destinaram ao Brasil estão os libaneses.
Os libaneses constituem um grupo entre a grande imigração dos árabes no Brasil, a própria Embaixada do Líbano no Brasil inclui o fluxo migratório dos libaneses dentro das quatro fases que identifica para a imigração árabe no país. Segunda a Embaixada, os períodos são: de 1850 a 1900, quando tem início o processo imigratório destinado a várias regiões do país; de 1900 a 1918, quando a imigração já se encontra em processo avançado e é possível falar em colônias árabes no Brasil; e de 1918 a 1950, período que associa as duas fases finais e leva os libaneses mais para a região sul do país em decorrência do notório crescimento econômico.
Oficialmente, a Imigração Libanesa no Brasil começou em 1880, quatro anos após o Imperador Dom Pedro II ter visitado o Líbano. O fluxo de libaneses aumentou em fluxo contínuo nos períodos seguintes, não eram destinados a uma região específica do Brasil, mas sim ao local que encontravam melhores condições para viver.
A situação no Líbano influenciou muito na emigração dos libaneses, motivos políticos e econômicos foram fundamentais para o êxodo. O relacionamento políticos entre cristãos e muçulmanos no Líbano estava longe de ser dos melhores, os cristãos se recolhiam em montanhas onde viviam de atividades rurais. Mesmo assim ainda sofriam com medidas autoritárias dos muçulmanos, como é o caso do tratamento rude que sofriam dos soldados do exército maometano. Economicamente, o século XIX foi de grave crise para libaneses e sírios, os altos impostos e a fraqueza do governo impossibilitavam condições adequadas de vida no país.
A imigração libanesa
Os libaneses escolheram o Brasil para emigrar, isso porque encontraram grandes dificuldades de entrar em outros países, como os Estados Unidos. Já o Brasil não impunha barreiras por causa da necessidade de trabalhadores estrangeiras que era propagada. Os libaneses escolheram o Brasil para emigrar, isso porque encontraram grandes dificuldades de entrar em outros países, como os Estados Unidos. Já o Brasil não impunha barreiras por causa da necessidade de trabalhadores estrangeiras que era propagada.
Os libaneses não ocuparam regiões determinadas no Brasil em decorrência do tipo de atividade que exerciam em terras brasileiras. Fugindo da miséria econômica do Líbano, os libaneses tentaram se aproveitar da nascente industrialização e urbanização brasileira. Ao contrário dos imigrantes europeus, libaneses não vieram para o Brasil com a perspectiva de trabalhar nas lavouras de café, mas sim encontrar nas cidades as condições para o florescimento do comércio. O emprego em lavouras também ocorreu, mas em quantidade muito menos expressiva que dos europeus. Os libaneses começaram vendendo mercadorias de casa em casa e acumularam dinheiro com essa atividade, a partir daí criaram pequenas confecções e lojas de tecidos. O sucesso no comércio que os libaneses obtiveram no Brasil foi importante para sua própria sobrevivência, assim como para seu país de origem. Muitos desses imigrantes enviavam volumosas quantias em dinheiro para a terra natal com o intuito de ajudar os familiares que ficaram para trás ou mesmo investiram esses recursos em hospitais, bibliotecas e escolas.
Pela característica de ocupar regiões urbanizadas onde pudessem se aproveitar do comércio para o crescimento, os libaneses estão espalhados por todos os cantos do Brasil. De 1880 a 1930 entraram em grande número no país e foram importantíssimos para o desenvolvimento do comércio nacional, mas, como aconteceu com todas as correntes imigratórias, o fluxo de libaneses tornou-se reduzido após Getúlio Vargas assumir a presidência por causa de suas políticas restritivas sobre a imigração.
Kaio Figueiredo