A Democracia quebrou
Democracia, é o sistema político que permite que seus cidadãos elejam candidatos tendo como base a justiça e liberdade de expressão. Sendo uma república democrática, o Brasil deveria ter como sistema único e fiel, essa forma de eleição. Entretanto, esse modelo vem sendo ferido ao longo dos anos, tendo como exemplo o Golpe Militar de 1964, onde João Goulart perdeu seu poder para militares que assumiram a presidência por aproximadamente 20 anos. Até, 1985, quando a ditadura se encerrou e José Sarney entrou no governo. A partir daí, a democracia tentou se recuperar, de todas as formas. Elegendo, por consequência, democraticamente, mais governos por votações diretas na urna.
Após, isso, com o Governo de Dilma Rousseff e suas complicações políticas, o Impeachment foi aplicado e a democracia foi ferida mais uma vez em um curto período de tempo (analisando de forma ampla). A presidenta teria sido acusada de um crime de responsabilidade, quando na verdade, segundo o livro, não houve nenhum, pois as ditas pedaladas fiscais foram apenas manobras fiscais, que não são apontadas na constituição como motivo para a destituição de Dilma de seu cargo.
E então, a eleição baseada na justiça e no poder do eleitor, foram jogadas no lixo, sendo considerado um golpe de estado sem nenhuma luta de militares, e sim a substituição de da presidenta pelo presidente interino Michel Temer.
Este, que mal se inseriu no governo, já iniciou uma aplicação desenfreada de diversas medidas, de forma que os cidadãos não conseguiram nem assimilar uma enquanto outra já estava sendo imposta. Mas afinal, por que aplicar um golpe nesse momento?
Simples, Eduardo Cunha e os deputados da câmara, que aprovaram o afastamento de Dilma, estavam envolvidos na Operação Lava-Jato prestes a “irem por água a baixo”, até que o golpe foi aplicado, desviando a atenção da operação contra a corrupção, dando a eles mais tempo e menos foco do povo e da justiça. Tanto que Dilma será afastada por 2 anos, e não 8 anos como no caso do Impeachment de Collor (Presidente da República de 1990 a 1992), o verdadeiro processo, sem golpe e sem enganação.
Fora todo o problema com a operação dirigida por Sérgio Moro, temos um problema de mesma proporção, como dito por Luis Felipe Miguel, no livro “Por que gritamos golpe?”:
“Para eles (elites), o risco da democracia é esse: ela abre uma brecha para que se ouçam vozes silenciadas, que o jogo das elites seja bagunçado.”
Assim, podemos pensar que golpe foi induzido também pelas elites ameaçadas que necessitavam de tirar a possibilidade da fala de pessoas que nunca conseguiram esse ato, as minorias da sociedade, que conseguiram, finalmente, ganhar cargos importantes, substituindo o de sempre, os privilegiados.
Por Daphne Formigoni
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