Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 350

Página | 350 MEMÓRIA E HISTÓRIA ORAL: POSSIBILIDADE DE VOZ A GRUPOS INVISIBILIZADOS PELA HISTÓRIA OFICIAL Ariele da Silva Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão/ Campus Imperatriz [email protected] Prof. Dr.: Ilma M. de Oliveira Silva [email protected] RESUMO: A história oficial surgiu da necessidade do registro dos acontecimentos de uma determinada sociedade, da qual sempre destacou os “grandes vultos e seus feitos”. Dessa forma, a participação dos “homens” dependia do grupo social de pertencimento, do envolvimento na política, economia, religião, enfim de quem se destacava como elite e que tinha um poder aquisitivo alto, capaz de impor respeito e autoridade. Esses vultos eram e ainda são considerados pessoas indignas de serem citados nos documentos oficias. Em contrapartida a história oficial surge à história oral como metodologia de pesquisa para dar voz às pessoas que foram sendo marginalizadas e silenciadas por essas abordagens ‘‘históricas maléficas’’ que punem todos aqueles que fogem dos padrões sociais, que são prescritos pelos grupos dominantes, que tem o poder nas mãos e se acham no direito de subjugar as pessoas que não se encaixam nestas normas que são socialmente construídas. Com este trabalho objetivamos destacar a importância da história oral como forma de fortalecer as culturas que foram silenciadas no passado e no presente, para isso utilizamos os textos de Bittencourt 2004. As abordagens que a história oficial tomou ao longo dos tempos foram muito prejudiciais para os grupos minoritários, pois estes povos foram reprimidos e muitas vezes mortos por estes sistemas opressores. Em decorrência deste silenciamento houve a necessidade destes grupos minoritários tomarem posicionamento social e político para lutarem por seus direitos previstos na Constituição Federal de 1988, porque somente através destas manifestações esses grupos poderão ter suas vozes escutadas. Com o intuito de fazer essa escuta sensível surgiu à história oral, a mesma tem um grande compromisso social e político, porque no momento que escuta também preconiza um espaço para que acervos de memória e história oral sejam guardados, digitalizados e disponibilizados a consulta pública, desta forma ela ajuda na propagação de informações, proporcionando assim a preservação daquilo que tem significado para as diversas comunidades. É por meio desta preservação que o patrimônio cultural de um povo pode permanecer vivo. Portanto, é perceptível que somente com essa nova versão dos fatos históricos é que podemos realmente dar a voz para quem já veio a muito a tempo sendo silenciados pelas relações de poder presentes em nossa sociedade corrupta. Palavras-chave: história; memória; vultos.