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A INFLUÊNCIA DA DIRECIONALIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA
JUSTIÇA ESPACIAL: O CASO BRASILEIRO A PARTIR DE 2001.
Camila Alves Carvalho Lima 66
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Orientador: Benjamin Alvino De Mesquita
UFMA
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RESUMO: As relações econômicas e sociais dentro das cidades sofrem o impacto da forma
como as políticas públicas são planejadas, aprovadas e executadas. O caráter segregador
adquirido é alcançado graças a manutenção de um sistema alimentado pela busca de valorização
e incremento de investimentos privados no Brasil, que é reproduzido em massa com a política
habitacional adotada a partir de 2001.O presente trabalho busca analisar as tendências de
produção do espaço tanto no sentido de periferização quanto de elitização, se colocando em
evidência o capital como um dos agentes mais significativos da morfologia urbana. O
desenvolvimento parcial e isolado nas cidades brasileiras abrange dinâmicas influenciadas pelo
desenvolvimento econômico unilateral onde as forças mercadológicas são capazes de intervir
significativamente na estruturação (e restruturação) urbana através de seus favorecimentos, de
forma que o direito à cidade é comprometido e tido como um privilégio. É possível, então,
observar a relação entre a direcionalidade da implementação das políticas públicas como uma
forma de motor para expansão do mercado imobiliário. As características da infraestrutura
urbana, renda, mobilidade, qualidade de vida e segurança se entrelaçam para determinar,
dependendo do seu nível, regiões privilegiadas tanto pela atuação do mercado, quanto pela
implementação de equipamentos públicos com maior prioridade.. A forma de implementação
do Programa Minha Casa Minha Vida, também, além de não seguir os preceitos do Estatuto da
Cidade, se deu de forma heterogênea no país e junto com as grandes obras provenientes de
parcerias públicos privadas, trazem um enfoque novo à forma como o território pode ser servido
e literalmente vendido erroneamente. Existem, assim, ciclos de investimentos e valorização dos
imóveis que se utiliza da atuação de serviços públicos para especulação, e passa a beneficiar as
áreas urbanas de acordo com esse “potencial” preestabelecido por um setor que coloca o capital
em prioridade, em detrimento do benefício coletivo, e ideal de uma cidade democrática
Palavras-chave: Políticas Públicas; Direito à cidade; Mercado Imobiliário; Morfologia
Urbana.
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Arquiteta e Urbanista pela Universidade Estadual do Maranhão, Mestranda no Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Socioeconômico - UFMA