Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 285

Página | 285 REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS E A PRODUÇÃO DAS (A)NORMALIDADES NO FILME CORINGA (2019) Imaíra Pinheiro de Almeida da Silva Mestranda do programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Graduada em Direito pela UFMA [email protected] Sandra Maria N. Sousa Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente ministra aulas e orienta trabalhos de alunos da Graduação e Pós-graduação em Ciências Sociais e da Pós-graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Coordena Grupo de Estudos e Pesquisas nas temáticas de gênero, sexualidade, identidade e memória [email protected] RESUMO: No presente artigo, eu pretendo construir um estudo a partir de reflexões sobre a última produção cinematográfica de um dos personagens mais conhecidos da editora DC Comics, que, desde 1940, inicialmente em histórias em quadrinhos – apontam que a sua primeira aparição se deu na revista “Batman” (BBC, 2019; QUINTAS, 2017; RIBEIRO, 2007) -, vem colocando à mostra possíveis cicatrizes sociais e nos propondo várias reflexões que vão além das suas versões como vilão e anti-herói. Em 2019, conta-se a história sobre Arthur Fleck e como ele se torna O Coringa, um personagem excêntrico, psicótico que transita entre os traços de um palhaço e a carta coringa. Nessa produção, especificamente, é apresentada a origem do personagem e momentos de sua vida, que transitam entre doenças, fracassos, dores, fantasias, dramas e abjeções, pontos que me propuseram o seguinte questionamento: como a experiência de viver em um cenário de caos pode contribuir para a formação de um sujeito anormal? Afastando a ideia de insanidade crônica do personagem ou questionamentos sobre a crueldade – marca do personagem -, aproveito o filme para, a partir dele, construir pontes interdisciplinares com estudos que me auxiliem na produção de questionamentos, compreensões e no impulsionamento da discussão sobre as relações entre a produção de normalidades e anormalidades, poderes e saberes. Para tanto, sou influenciada por estudos de autores como Foucault (2009; 2014a; 2014b), Butler (2017; 2018), Lauretis (1994) e Spivak (2014) para problematizar os cenários, os discursos, as tecnologias do gênero e processos de saúde-doença; os dispositivos de controle e possibilidade de agência dos sujeitos; e como a sociedade e o Estado se mostram como relações dinâmicas de sistemas de diferenciação e de discriminação. Palavras-chave: Gênero; Normalização; Processo de saúde-doença; Coringa.