Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 213
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A QUESTÃO SOCIAL DO RISO NA OBRA CARAPUÇAS, DE ARTHUR AZEVEDO
Helena Gabriele Mendes Cruz
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Orientador : José Dino Costa Cavalcanti
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RESUMO: Desde a antiguidade clássica os grandes filósofos vêm elaborando sentidos sobre o
risível, destacando-se dentre eles, Aristóteles, em sua obra A Poética, que estabelece o riso
como uma singularidade do homem, da qual não envolve dor e sofrimento. Outro filósofo da
antiguidade que merece destaque é Demócrito, este não só fecundou pensamentos sobre a teoria
atômica, mas também principiou a construção do cômico como um resultado dos “costumes” e
“defeitos” humanos. Já na Idade Média, temos a condenação do riso, oprimido pela Igreja
Católica que o associava ao pecado e, por isso, deveria ser severamente controlado, entretanto
o cômico resistiu, sobretudo dentro dos textos literários. No século XVI, o cômico prende-se
profundamente ao seu possível maior propagador, o teatro. Destacam-se ainda na Idade
Moderna, Thomas Hobbes que em seu livro Leviatã, associa o riso ao poder. E a principal figura
que trabalha a respeito do risível na Idade Contemporânea é o filosofo Henri Bergson, que traz
uma percepção do riso intimamente ligado ao corpo social, tendo ampliado o conceito de risível,
destacando o homem como aquele que ri e que faz ri. Este trabalho tem por objetivo analisar
alguns poemas de Carapuças, de Arthur Azevedo, escritor que ressaltou em suas obras uma
feição satírica e humorista, com episódios cômicos de seu contexto social, de crítica aos
costumes, portanto o risível construído por Azevedo combina-se aos ideais de Bergson, que vê
o cômico como um “castigo aos costumes” e tem uma significação social. Portanto o cômico
relativo à literatura manifesta-se com o objetivo de “aliviar” e questionar os padrões sociais.
Palavra-chave: literatura; sociedade; poesia; filosofia.