diário de bordo
CONHEÇA A HISTÓRIA DO
EMPRESÁRIO E ESPORTISTA
QUE TRAÇOU UMA META
AUDACIOSA: A DE COMPLETAR
O PROJETO SETE CUMES,
BASEADA NO LIVRO SEVEN
SUMMITS, ESCRITO POR DICK
BASS. A OBRA MOSTRA A
DIVISÃO DO GLOBO EM SETE
REGIÕES E ELEGE A MONTANHA
MAIS ALTA E DESAFIADORA
DE CADA UMA DELAS
P
“
osso dizer que a aven�
tura faz parte do meu
DNA, afinal meu inte�
resse por esportes existe
desde muito cedo. As oportunida�
des também me ajudaram a poten�
cializar essa minha vocação natural.
Fui escoteiro quando criança; anos
mais tarde, servi ao Exército no
Centro de Preparação de Oficiais
da Reserva... E claro que todas
essas experiências me ajudaram a
descobrir minha válvula de escape,
a minha paixão: atividades nada
convencionais em meio à natureza,
com direito a muita adrenalina.
A minha personalidade também
conta: sou uma pessoa muito ativa
e busco sempre uma maneira de
conciliar a minha rotina de trabalho
à rotina de esportes. Quando estou
em São Paulo, onde moro, por
exemplo, pedalo na Universidade
de São Paulo, além de caminhar e
frequentar a academia regularmen�
te. Treino pelo menos uma hora por
dia e em média 6 horas nos fins de
semana. Não consigo ficar parado,
mas é durante as minhas viagens
que entro em contato com esse meu
lado mais aventureiro. Me defino
como alguém aficionado por altitu�
de. Fui fisgado pelo montanhismo
durante um safári na África, em
2004, ao ser apresentado ao Monte
Kilimanjaro. Após a sugestão de
um amigo e, depois de uma semana
de caminhada, finalmente cheguei
ao cume. A paisagem estonteante e
aquela montanha imponente, bem
como o mar de possibilidades que
ela me oferecia, foram suficientes
12
No Elbrus, na Rússia, uma de suas maiores emoções K
Aqui, no acampamento base do Everest o
para me lançar de vez no montanhis�
mo e nos esportes de ação. De lá para
cá, não parei mais. Após ler o livro
“Seven Summits”, escrito por Dick
Bass – um dos experts em monta�
nhismo e idealizador deste projeto –,
me entusiasmei, decidi estudar melhor
cada montanha e tracei minha meta
pessoal: completar o “Projeto Sete
Cumes”, que divide o globo em sete
regiões e elege a montanha mais alta
e desafiadora de cada uma delas. Para
quem não sabe, o projeto é formado
pelos montes Aconcágua (Argentina),
Everest (na cadeia do Himalaia, entre
o Nepal e o Tibete), Elbrus (Rússia),
Kilimanjaro (Tanzânia), Vinson (An�
tártica), McKinley (Alasca – EUA)
e Carstensz (Indonésia). Também
existe uma discussão sobre a inclusão
ou não do Monte Kosciuszko, na
Austrália, o ponto geográfico mais
alto da Oceania. Para não ter dúvida,
cheguei ao topo dos dois últimos.
Depois do Kilimanjaro (2004), es�
tive no topo do Elbrus, em 2005 e
no Aconcágua, em 2007 (na terceira
tentativa, pois nas duas primeiras,
em 2005 e 2006, tive que desistir da
subida). Em 2008, cheguei ao cume
do McKinley, no Alasca. O Vinson
eu fiz em 2010; Kosciuszko em 2012;
e, por fim, a Pirâmide Carstensz, em
outubro de 2013, minha mais recente
vitória. Na minha lista, porém, falta
apenas o Everest, o que tentei em
2011, mas tive um acidente vascular
no pé esquerdo e precisei interromper
a escalada quando já estava a cerca
de sete mil metros de altitude. Por
isso, fui resgatado de helicóptero, o
que também foi uma bela aventura. A
experiência serviu como uma grande
aprendizagem, especialmente no que
diz respeito aos limites do corpo.
Embora tenha acontecido isso, não
desisti e em abril deste ano, voltarei
lá para tentar encerrar o projeto e,
depois disso, o plano é me aventurar
pelos pólos Norte e Sul. Como parte
dos treinamentos para o Everest, em
janeiro passado, escalei o Aconcágua,
na Argentina, pela segunda vez. E
meus treinamentos não param por
aí. Para preparar o fôlego, as pernas
2014 BRASIL TRAVEL NEWS
COLABORAÇÃO REPORTAGEM: CAMILA ALVES
CID FERRARI
FOTOS:DIVULGAÇÃO
v POR MÁRCIA SANTOS