lo amor e devoção
(...) é algo a que
e coração
”
BrucePT, a mailing list que nos une nesta
comunhão”.
“Nesse jantar ficou-me na retina as
ideias revolucionárias e esquerdistas da
Teresa Soares, provavelmente a pessoa
mais inteligente (na verdadeira aceção da
palavra…) que conheci até hoje. Depois
de uma lavagem cerebral e esquerdista
implementada pela mesma Teresa,
precisava de ouvir algo desconcertante
para deixar de pensar no Che Guevara,
e nos massacres provocados pelas
tropas norte-americanas aos povos mais
desfavorecidos do planeta”. Carlos do
Carmo lembra alguns dos momentos
vividos nessa noite. “Nada melhor do
que ouvir o Lourenço Azevedo a cantar
(ou neste caso – a tentar cantar…) alguns
sucessos do Boss. Estive uma hora a ouvir
o meu amigo a cantarolar enquanto tocava
guitarra. Depois disso seguiu-se uma
incursão pela noite aveirense, e fomos
dormir à casa do Carlos Melo, na sua
imortalizada terra natal - Águeda!”
Carlos relembra ainda o dia seguinte, a
caminho de casa. “Liguei o motor do carro
e meti a cassete do álbum The River. Ouvi
o álbum todo até chegar em casa. Naquele
dia deu-me um tremendo gozo ouvir a
música “Hungry Heart”, que o meu amigo
Lourenço tinha literalmente “assassinado”
no seu recital da noite anterior. Nessa
viagem fui novamente metralhado com os
discursos politizados, e bem estruturados
da Teresa acerca da obsessão pelo
poder dos norte-americanos, e os povos
olvidados do médio Oriente, mas que ela
tinha razão, isso tinha…”
É esta comunhão que também
encontramos na escrita de Springsteen, na
sua relação com a
banda, e também
na ligação que
mantém, desde
sempre, com
os fãs. Bruce
também tem
ídolos sobre
os quais nunca
escondeu a sua
admiração, como
Leiria, 3.Nov.2013
Comemoração 13º Aniversário
em Bob Dylan,
a quem afirmou publicamente que foi o
irmão que nunca teve, inspirado numa
frase do seu tema “Lenny Bruce” do álbum
Shot of Love de 1981; em Roy Orbison,
que canta para os solitários em “Thunder
Road”; e em Elvis Presley, a primeira
influência de Springsteen que mudaria
para sempre a sua vida. Juntamente com
Stevie Van Zandt, haveriam de saltar o
muro da casa de Elvis em Graceland no
final dos anos 70, mas não o conseguiram
ver. Sobre esta história e também a
propósito de um concerto de Presley a que
assistiu mas onde não tentou o contacto
pessoal, Bruce mais tarde confessaria: “It
was a funny kind of thing. I never liked,
you know, going backstage and stuff. I just
feel uncomfortable when that happens
– I don’t know why. But if I could have
snuck in and saw him, it would have been
different – it woulda just been different”.
Um encontro em particular é revivido
aqui pelo Carlos do Carmo, que se cruzou
com Springsteen na sua fase a solo pela
Europa. “Recordo-me de certa vez, em
Bruxelas, ter falado com ele frente a um
hotel, durante a sua digressão The Ghost
of Tom Joad [Solo Acoustic Tour], salvo
erro em 1996. Lembro-me que não lhe
disse coisas agradáveis pois ele tinha
abandonado a sua banda de sempre e
atirei-lhe isso à cara, mas também lembrome que tinha bebido uns copos a mais, e
estava mais para o estado embriagado do
que para o estado sóbrio. Na altura não
havia Facebook, Hi5, Twitters e outras
tretas do género, nem iPhones para poder
registar o momento, mas recordo-me que
ele respondeu sempre com cordialidade
aos meus comentários, pois era o único fã
ali frente ao hotel que falava inglês.”
Muitos de nós também teremos uma
história para contar sobre um encontro,
ou pelo menos uma tentativa, com Bruce
Springsteen. Para o Lourenço, “… as
memórias que guardo da BrucePT... Fotos
cheias de sorrisos e muita adrenalina”. São
estes momentos que ficam para sempre,
tal como as palavras de Carlos Melo,
que resumem na perfeição o conceito da
BrucePT: “Esta comunidade, cimentada
pelo amor e devoção comuns à música
de Springsteen, alicerçada pelos valores,
sentimentos e histórias que nos transmite
e com as quais nos identificamos, é algo
a que pertenceremos sempre, de alma
e coração. Podemos participar mais ou
menos, concordar ou não com o que é
lá partilhado, mas este sentimento de
pertença e de comunhão é permanente
pois ‘nobody wins unless everybody
wins’!” NMA
Edição nº0 - Dez.2013 | BrucePT | 25