BrucePT Nº 0 - Dez 2013 | Page 18

conhecia vivalma que desse sinais de ser fanático como eu. Recordo-me que a partir de 1993, e com a vinda dele a Portugal, comecei a perceber que afinal havia “seres brucelosos”, espalhados por diversos “viveiros” de norte a sul do país. Recordo-me bem de um concurso na falecida Rádio Energia, onde fui um dos 6 finalistas na procura do “Maior fã do Bruce Springsteen”. Fiz lá grandes amizades que cultivo até hoje como o Carlos Melo, Lurdes Sousa, Miguel Guedes, Nuno Roldão e o Vasco Brinca. Apesar de ter tido pouco contacto com o Vasco, e graças à “magia” do Facebook, reencontrei-o passados quase 20 anos. Recordo-me também de ter conhecido duas irmãs, a Bárbara e Margarida Mesquita, que moravam nos Olivais e eram duas pessoas extraordinárias, mas infelizmente nunca mais as vi.” Este sentimento de afastamento era comum entre aqueles que viriam a fazer parte deste grupo. Para além do maior sucesso comercial que foi o álbum de 1984 e ainda os singles “Streets of Philadelphia” e “Secret Garden”, ambos fazendo parte de bandas sonoras para os filmes Philadelphia [Jonathan Demme, 1993] e Jerry Maguire [Cameron Crowe, 1996], respectivamente, a música de Bruce é praticamente desconhecida do grande público em terras lusas. Lurdes Sousa evidencia este aspecto dizendo que, “enquanto fã de Bruce Springsteen, o ano 2000 foi para mim muito mais do que uma data marcante no calendário. Foi o início de um projecto que, pela primeira vez na minha vida de fã, me fez sentir acompanhada. Durante anos senti-me uma espécie de bichinho raro. Não ouvia as mesmas músicas que os meus amigos e não conseguia fazer com que eles percebessem o que essas músicas significavam para mim. Por isso, nunca esquecerei o primeiro encontro de fãs que acabaria por dar início à BrucePT”. A ideia do “estou aqui sozinho e ninguém me compreende”, também é partilhada pelo tive sobre a sua obra assim como a possibilidade de ir acompanhado em aventurosas viagens para os concertos do Bruce”. O encontro que teve lugar em Aveiro juntava na mesma mesa, Carlos Melo, Carlos do Carmo, Teresa Soares, Lourenço Azevedo, Lurdes Sousa, Luís Friaças e Renato Silva. Passados estes anos, Friaças é categórico na ideia de que, “um pequeno jantar transformou meia dúzia de pessoas, distribuídas por Portugal, sem qualquer ligação entre elas, no que considero hoje uma legião de autênticos fãs de tudo o que o Bruce engloba. Não falo só da sua música, embora essa fosse mais do que suficiente para justificar toda a admiração que nós temos pelo Bruce. Por detrás da sua música há uma mensagem implícita com que me identifico e partilho com estas excelentes pessoas que são a BrucePT. Aliás, é na BrucePT que criei as minhas melhores amizades”. DEVILS & DUST - HARD ROCK CAFE, 2005 A edição do álbum Devils & Dust, a 26 de Abril 2005, teve direito a uma festa de lançamento oficial no Hard Rock Cafe em Lisboa, uma semana antes, com a apresentação do disco a ser feita pelo malogrado locutor de rádio António Sérgio. Pretexto para esta festa foi também o lançamento da t-shirt desenhada e autografada por Bruce Springsteen, com o valor das vendas a reverterem a favor da organização World Hunger Year. Igualmente presente neste evento estava Ricardo Azevedo, vocalista na altura dos EZ Special, que se propôs a tocar uma versão do tema “Thunder Road”, mas devido a problemas técnicos tal não foi possível. Valeu pela intenção. Antes desta Boss Party!, no dia 15 de Abril, alguns membros da BrucePT tiveram oportunidade de ouvir o álbum em primeira mão antes ainda dos jornalistas - nos escritórios da Sony BMG em Lisboa, na companhia do responsável máximo pela editora na Península Ibérica, José María Cámara. Lourenço Azevedo que se sentia isolado, “num ambiente em que à minha volta ninguém queria saber de Springsteen, quando através da BrucePT se abriu uma multidão de devotos do mesmo rocker que eu idolatrava, e maior conhecimento 18 | BrucePT | Dez.2013 - Edição nº0 Ainda sobre o jantar que teve lugar no Restaurante Cagaréu, Carlos do Carmo confessa que ficou, “emocionado ao poder partilhar tantas ideias e experiências com pessoas que ouvem a mesma música, sentem as mesmas batidas de bateria, e