Brasa Sports - Revista 1ª Edição - Ago/Set 17 | Página 12

O sistema de vídeo arbitragem na Copa das Confederações

Vejo nessas tentativas, um avanço muito válido para a manutenção e evolução do esporte, mas ao mesmo tempo se cria um abismo muito grande entre a proposta e a atual realidade do futebol mundial, hoje trazendo para nosso cotidiano. A partir do dia 10 de setembro, dos 128 clubes que disputam as Séries A, B, C e D, apenas 52 clubes ficarão em atividade até novembro. Temos hoje arbitragens com pouco treinamento, sem condições ideais de trabalho e federações estaduais que não apoiam seus clubes, visando apenas o lucro e não fomentam o esporte. Não esquecendo as categorias de base, essas que só existem pois sempre tem algum abnegado que toma a frente buscando recursos, para que clubes menores possam municiar os grandes com novos talentos, nunca deixando o futebol morrer e a maquina parar. Por fim não podemos esquecer de falar da essência, da origem, da pureza que é o futebol, esporte que se tornou tão popular pela sua simplicidade, pelo simples ato de chutar uma bola em direção ao gol, que aos poucos vai se perdendo, se esquecendo ao meio dos holofotes dos grandes eventos, das variadas tecnologias, e das infinitas cifras onde uma família não consegue mais ir a um estádio, pois paga mais no valor do ingresso do que em sua conta de luz do mês. A evolução é necessária, o mundo muda, a bola rola, mas o futebol tem que continuar sendo o futebol.

(Foto: sportslub.co.za)

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Passado o término da Copa das Confederações, podemos fazer uma análise um pouco mais abrangente sobre o uso do sistema de vídeo-arbitragem, VAR (sigla em inglês de video assistant referee ou árbitro assistente de vídeo) que havia sido utilizado pela primeira vez em uma competição oficial, no mundial de clubes do ano passado, e também no mundial sub 20 realizado pouco antes da Copa das Confederações. Em ambas competições o mecanismo foi alvo de polêmicas, dentre elas, a mais citada era o tempo que o jogo ficava parado, enquanto um lance duvidoso era avaliado, assim perdendo o dinamismo da partida. O tão comentado mecanismo, VAR consiste em dois árbitros e um auxiliar em uma sala com monitores para rever jogadas polêmicas. São quatro tipos de lances que podem ter a intervenção do vídeo: gols, pênaltis, cartões vermelhos e confusão de identidade de jogadores. Sempre fui um defensor da ideia que o futebol, dentro da classe dos esportes de grande massa, está atrasado perante o que tecnologia esportiva tem a nos oferecer. Nos últimos anos por diversas cobranças pela profissionalização de algumas áreas, ou até mesmo a criação de certas ferramentas que permitam a evolução do esporte, tendo quase sempre ênfase na performance, temos esquecido de olhar para o jogo como um todo, deixando muitas vezes de lado aqueles que tem o dever de, conduzi-lo de forma, em que o espetáculo, a partida seja a principal atração. Devido a tais cobranças a FIFA vem tentando inovar, buscando soluções tecnológicas.

Nesta copa das confederações podemos observar uma evolução ao primeiro evento, porem ainda precisa de muitas melhorias, para que o sistema não descaracterize o esporte, Segundo avaliação do responsável pela a arbitragem da FIFA , Massimo Busacca, a utilização do VAR foi positiva, e sempre deixou claro que o sistema não acabara com os problemas de arbitragem e sim que a intenção do VAR é acabar com dúvidas em lances que todos no estádio percebem, menos o árbitro.

Por:

Josué Romero

Profissional de Educação Física e Analista de vídeo do E. C. Juventude